Marcha de mulheres pára Centro de Salvador/BA

Pelo fim da violência doméstica e familiar e por mais participação nos espaços de poder, centenas de mulheres marcharam pelas ruas do Centro de Salvador nesta sexta-feira (07/03). Elas vieram de várias partes da capital e  até do interior d

Eram trabalhadoras do campo e da cidade, de várias centrais sindicais, integrantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/BA), acampadas do Movimento dos Sem Terra (MST), de partidos políticos, militantes do movimento negro, comunitário, da juventude, integrantes da União Brasileira de Mulheres (UBM), e outras entidades feministas, além da deputada federal Alice Portugal,  das vereadoras Aladilce Souza e Olívia Santana, todas do PCdoB, e de Vânia Galvão do PT. Durante a marcha não houve distinção de raça, credo ou função que ocupa na sociedade, todas queriam a mesma coisa: respeito a seus direitos e igualdade de oportunidade.


 


''Esta marcha marca a luta contra a opressão da mulher. Estamos levando as bandeiras da atualidade que são mais creches, a garantia de varas especiais para combater a violência contra a mulher, a efetivação da Lei Maria da Penha, a instalação de um programa de treinamento para o trabalho e outras demandas femininas'', declarou a deputada federal Alice Portugal. Num discurso inflamado, em cima do mini-trio, Portugal disse que '' não se trata de guerra entre sexos, o que queremos é equidade entre homens e mulheres''. 



 


Democracia  e  igualdade


 


''Estamos nas ruas buscando igualdade para as brasileiras. A democracia no Brasil precisa avançar superando a sub-representação feminina nas esferas de poder na sociedade, combatendo a violência contra a mulher e legalizando o aborto'', declarou a secretária estadual de Mulheres do PCdoB, Julieta Palmeira.    


 


Celebração e protesto


 


Para a vereadora Olívia Santana, ''as marchas são momentos de celebração das conquistas e afirmações da luta cotidiana das mulheres por um novo Brasil democrático, justo, de igualdade de gênero, de avanços na  agenda pelos direitos da mulher. Isso é fundamental, principalmente para que as mulheres ocupem espaços de poder político, porque se não houver compartilhamento dos espaços de poder, não será possível alcançar a igualdade.''


 


O direito a viver sem violência  foi bastante lembrado durante a caminhada. Os elogios à Lei Maria da Penha e a reivindicação de sua efetivação no estado foram os discursos mais ouvidos durante todo o evento. ''As mulheres avançaram muito nos últimos anos, mas ainda estão em situação de interiorização em relação ao homem na sociedade. Ainda precisamos reafirmar que as mulheres devem ter salário igual para trabalho igual, que não devem ser agredidas ou violentadas, como acontece muito em nosso estado. Mas estamos lutando para dar um basta  nisto. Lugar de homem que bate em mulher é na cadeia'', declarou a vereadora Aladilce Souza.


 


Conquistas e apoio


 


A coordenadora estadual da UBM, Patrícia Ramos, lembrou também da importância da data para dar visibilidade às conquistas e reivindicações femininas. ''Todos os anos nós conseguimos parar a cidade, e não apenas no percurso, para chamar mostrar a garra, a força da mulher e a importância do papel que ela desempenha na sociedade''.
Concordando com o discurso da colega, a secretária municipal de Mulheres do PCdoB de Salvador, Rosa de Souza, completa: ''estamos nas ruas para mostrar nossa disposição de continuar brigando para que os nossos direitos sejam reconhecidos. Não aceitamos mais sermos tratadas como cidadãs de segunda classe, mesmo desempenhando as mesmas funções que os homens'', concluiu.


 


A celebração era pelo Dia da Mulher, mas muitos homens acompanharam a caminhada, como os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB) e Nelson Pelegrino (PT), o deputado estadual Álvaro Gomes e os vereadores Everaldo Augusto e Reginaldo Oliveira, todos do PCdoB, que fizeram questão de levar seu apoio e prestar homenagens às mulheres. Estavam presentes ainda diversos sindicalistas e militantes dos movimentos sociais.  Entre as delegações femininas, a mais animada era a da Federação das Associações de Bairro de Salvador (Fabs) comandada por Ivonete Bispo.



Interior 


 


 Ação Mulher em Itabuna


 


Foi realizado hoje (07/03), na cidade de Itabuna, no Sul da Bahia, o Ação Mulher, em comemoração ao dia Internacional da Mulher. O evento, que aconteceu na Praça José Bastos, ofereceu gratuitamente à população, principalmente às mulheres, serviços de assessoria jurídica, saúde e beleza. Entre as entidades envolvidas estiveram a Delegacia Regional da Mulher, a Defensoria Pública do Estado, o Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (Gapa) e as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social.


 


Os organizadores estimam que, até o meio da tarde, mais de mil pessoas participaram do Ação Mulher. Entre os stands mais visitados, estava o da União Brasileira de Mulheres (UBM), que destacou o lema  ''Mulheres: mais política e mais poder'' e prestou esclarecimentos sobre os direitos da mulher e a Lei Maria da Penha. Para Flávia Oliveira, coordenadora de Comunicação do núcleo de Itabuna da UBM, o evento serviu ''para mostrar o potencial da mulher do interior da Bahia e consolidar o crescimento da UMB na região''.


 


Mutirão



 


A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE) realizou ações em Itabuna na manhã desta sexta-feira com o intuito de promover o acesso de mulheres, que não têm condições de pagar advogados, à Justiça. O evento faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher, que acontece neste sábado, 08 de março.
Três defensores realizaram atendimento junto ao 1º Mutirão da União Brasileira de Mulheres, na 1ª Ação Mulher, que busca também a efetivação da Lei Maria da Penha. Os trabalhos foram realizados na Praça José Bastos e contou com a estrutura cartorária da Vara de Execuções Penais.


 



De Salvador,


Eliane Costa
Contribuiu Rodrigo Rangel Jr.