Morte de Jango será apurada 

A Assembléia Legislativa irá investigar a morte do ex-presidente da República João Goulart por meio de subcomissão. A iniciativa, do deputado Adroaldo Loureiro, do PDT, foi aprovada ontem pela manhã, por unanimidade, na Comissão de Cidadania e Direitos Hu

Segundo Loureiro, os parlamentares terão 120 dias para realizar o trabalho, buscando parceria com a Polícia Federal e com o Congresso Nacional. Senadores e deputados federais também estão retomando as investigações sobre a morte do ex-presidente motivados pelas recentes declarações de um ex-agente do serviço secreto do Uruguai, que garante ter participado das ações para eliminar Jango. O ex-presidente morreu a 6 de dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. Em março, o assunto será discutido em reunião do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu.



Loureiro destacou que Jango foi um presidente que deixou marcas no desenvolvimento do país, como as reformas de base. 'Desde a sua morte, há a suspeita de que não foi por causa natural, conforme atestado na época', disse o deputado.


 



Preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas por envolvimento em tráfico de armas e assaltos à carro forte, o uruguaio Mario Neira Barreiro diz que participou da operação para eliminar o ex-presidente brasileiro, versão sempre defendida pelo ex-governador Leonel Brizola, que acreditava na possibilidade de Jango ter sido assassinado. O método utilizado, segundo o depoimento do ex-agente, foi trocar os medicamentos que Jango tomava para problemas no coração. A ordem teria partido do serviço de repressão do governo militar do Brasil.
 


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