Sem categoria

Acaba a histórica greve de 10,5 mil roteiristas de Hollywood

Depois de dois dias de reuniões em Nova York e Los Angeles, o Sindicato de Roteiristas de Cinema e TV dos Estados Unidos (Writers Guild of America) aprovou neste domingo (10) o acordo que põe fim à greve de três meses. Iniciada em 5 de novembro, a paralis

A luta dos roteiristas atingiu em cheio a AMPTP (Alliance of Motion Pictures and Television Producers), associação que representa produtores e estúdios. Isso porque os criadores de roteiros reivindicavam — e conseguiram — uma valorização dos direitos autorais, para levar em conta a exploração dos conteúdos em novas mídias, como internet e os MP3.


 


Com os termos do acordo, os estúdios passarão a destinar a esses profissionais uma parcela dos ganhos com downloads de roteiros na internet. Os salários da categoria também serão reajustados — um aumento de no mínimo 3% a 3,5%. Ainda de acordo com o contrato, 2% das receitas geradas através de publicidade na internet irão para os roteiristas.


 


No caso de filmes transmitidos na internet com patrocínio de anunciantes, os roteiristas passam a receber 1,2% do lucro obtido pelo distribuidor (esta cláusula cobre apenas produções feitas após 1º de julho de 1971). No caso de programas de TV, os roteiristas vão receber 2% dos lucros (para programas produzidos a partir de 1977).


 


A expectativa é que agora o acordo seja ratificado de forma definitiva por todos os membros do sindicato em uma votação na terça-feira. A volta ao trabalho está prevista para a próxima quarta. Para garantir a realização normal da cerimônia do Oscar, marcada para o dia 24 de fevereiro, foi firmado um consenso à parte — e isso para alívio dos barões do cinema Hollywood — os membros da Academia.


 


A greve, um sucesso


 


No sábado (9), os presidentes da Writers Guild of America enviaram um e-mail aos membros do sindicato dizendo que, “ainda que o acordo não seja perfeito ou não seja o que merecemos, nossa greve tem sido um sucesso”. Foi a segunda maior paralisação já feita pelo sindicato. Antes, uma greve de 20 semanas foi realizada em 1988 e gerou um prejuízo de US$ 500 milhões para a indústria de Hollywood.


 


Desta vez, a ação dos roteiristas levou à suspensão temporária de 60 programas de televisão e paralisou a produção de dezenas de filmes. Além disso, provocou o cancelamento da cerimônia de entrega do Globo de Ouro, considerado a principal prévia do Oscar.


 


O presidente do sindicato na costa oeste, Patric Verrone, e o presidente na costa leste, Michael Winship, disseram que o acordo “protege um futuro em que a internet se tornará uma fonte primária tanto de criação de conteúdo como de distribuição”. Eles também afirmam que, após três meses de protestos e negociações com sete conglomerados de mídia multinacionais, “dar seguimento à greve agora não trará ganhos suficientes para sobrepujar riscos potenciais. Chegou a hora de aceitar este contrato e encerrar a greve.”


 


Para o sindicato, a negociação “cria fórmulas para pagamentos baseados no faturamento em novas mídias, estabelece o acesso a acordos e dados financeiros para nos ajudar a avaliar e fiscalizar tais fórmulas e estabelece o princípio de que, quando eles (os estúdios) são pagos, nós somos pagos.”


 


Premiações


 


Neste domingo, o Sindicato dos Roteiristas celebrou a premiação de roteiros normalmente. O filme Onde os Fracos não Têm Vez rendeu aos irmãos Coen o prêmio de melhor roteiro adaptado. A cerimônia de entrega dos troféus aconteceu em um hotel de Nova York.


 


A ex-stripper Diablo Cody levou o de melhor roteiro original por Juno, que conta a história de uma jovem grávida. Na seara da televisão, saíram premiadas as séries 30 Rock (melhor comédia), The Wire (melhor drama), The Sopranos (melhor episódio de drama), The Office (melhor episódio de comédia) e Mad Men (melhor estréia).