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Colômbia diz que não aceitará mais comissões humanitárias

O governo da Colômbia questionou abertamente nesta segunda-feira (7) a operação frustrada de libertação dos prisioneiros em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ao afirmar que “não tolerará mais” comissões humanitárias.

Para o chanceler Fernando Araujo, as delegações internacionais que estiveram no país “foram representadas por pessoas que não conhecem a situação colombiana nem as Farc”, o que os levou a “atacar o governo e defender a guerrilha”, de acordo com informações do jornal colombiano El Tiempo.



O chefe da diplomacia colombiana lamentou que muitas pessoas se deixaram enganar, “insistindo em comentários sobre interesses equivocados por parte do governo colombiano”.



Os comentários de Araujo foram recebidos com “assombro e surpresa” pela chancelaria Argentina, cujo titular, Jorge Taiana, integrou, com o ex-presidente Néstor Kirchner, a comissão de delegados internacionais que apoiaram a chamada Operação Emanuel, que pretendia libertar Clara Rojas, o filho dela Emmanuel (de três anos de idade e nascido em cativeiro) e Consuelo González.



“Com todo o respeito, é necessário afirmar que as palavras de Araujo são contraditórias ao que foi manifestado por seu presidente, Alvaro Uribe, ao ex-presidente Néstor Kirchner e a outros membros da comissão humanitária internacional a favor da liberação dos reféns nas mãos das Farc”, afirmaram porta-vozes oficiais da chancelaria Argentina.



“Foi o próprio Uribe que, ao final do término da visita, manifestou a Kircher o agradecimento pela presença na Colômbia e pelos esforços humanitários levados a cabo pela comissão no país”



O delegado do governo do Equador na comissão, Gustavo Larrea, lamentou a declaração de Araujo. “Respeito sua declaração, mas não concordo, porque me parece que o mundo inteiro pede um espaço humanitário” nessa questão.
Larrea lembrou que Uribe se manifestou a favor da continuidade da gestão internacional. “Se ele mantém sua posição nossa gestão tem sentido”.



O chanceler colombiano foi a primeira voz oficial depois que se confirmou, na sexta-feira (4), que Emmanuel estava ma verdade em um instituto de bem-estar social em Bogotá, capital colombiana.



Neste final de semana, as Farc acusaram o governo de Uribe de seqüestrar a criança. O vice-presidente colombiano, Francisco Santos, acusou a organização guerrilheira de mentirosa e afirmou que a capacidade dos rebeldes de manipular e cometer atrocidades não tem limites.



O presidente colombiano havia assegurado que as Farc não libertaram os reféns porque não estavam com o menino, que estaria sob a proteção de um organismo governamental desde 2005. Posteriormente, as Farc admitiram o fato, com o argumento de que não poderiam manter uma criança próxima aos combates.



Fonte: Agência Telam