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Olmert já admite dividir Jerusalém com os palestinos

Primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert disse que seu país talvez não tenha outra opção senão concordar em dividir Jerusalém, num futuro acordo de paz com os palestinos, em entrevista publicada na edição desta terça-feira (1.°/1) do jornal The Jerusalem

“O mundo que é amigável em relação a Israel, que realmente apóia nosso país, quando fala do futuro, fala de Israel em termos das fronteiras de 1967. Fala da divisão de Jerusalém”, disse Olmert.



Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou o lado oriental de Jerusalém, sem reconhecimento internacional. O país vê Jerusalém inteira como sua capital “eterna e indivisível”. Os palestinos querem, no entanto, que Jerusalém oriental seja a capital do Estado que querem criar na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza.



O futuro de Jerusalém é uma das questões chaves que Israel e os palestinos decidiram tratar em conversações de paz retomadas após a cúpula patrocinada pelos EUA realizada em Annapolis, Maryland, em novembro. Os dois lados disseram que esperam chegar a um acordo de paz antes de janeiro de 2009, quando termina o mandato do presidente George W. Bush, que na próxima semana visitará Israel e a Cisjordânia.



Olmert, que já foi prefeito de Jerusalém, já questionou publicamente a conveniência da anexação de bairros árabes periféricos à cidade após o conflito de 1967. Esses comentários suscitaram críticas da direita israelense. Mas o premiê já deixou claro que Israel não concordará em retornar a suas fronteiras anteriores a 1967. Na entrevista ao jornal, Olmert reiterou que, em qualquer acordo de paz que venha a ser fechado, Israel pretende conservar seu maior assentamento na Cisjordânia — o de Maale Adumin, perto de Jerusalém.