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Correa prega ''retomada do pensamento latino-americano''

O presidente do Equador, Rafael Correa, advogou a necessidade de ''retomar o pensamento latino-americano, romper paradigmas e não buscar alternativas dentro do pensamento dominante'', para fazer uma vigorosa defesa do ''socialismo do século 21'', pregad

''Na América Latina está começando uma nova época, e esta mudança de época significará começar novamente a criar um pensamento próprio, como o socialismo do século 21, que é uma idéia nascida sobretudo da realidade latino-americana'', afirmou Correa.

''Se Hurtado nos critica, é que estamos certos''

O jovem economista que assumiu a presidência este ano usou de ironia para defender sua posição. Disse que a nova corrente ''está sendo tão criticada pelos pseudo-intelectuais que, por aqui, (o ex-presidente equatoriano) Osvaldo Hurtado ressuscitou e está criticando o socialismo do século 21. O que significa que vamos por um bom caminho. Se Hurtado nos critica, quer dizer que estamos no caminho correto''.

Osvaldo Hurtado, que presidiu o país entre 1881 e 1884, é um dos principais opositores de Rafael Correa, em especial da Assembléia Constituinte eleita em 30 de setembro último. Para este adepto de uma ''democracia'' sem povo, ''a soberana e esmagadora maioria que escolheu o 'Sim' à nova Constituição do Equador colocou a democracia sob grave risco''.

Para Correa, a América Latina viveu nos últimos anos ''uma crise de pensamento, de estratégia'', pois só se pensava nas imposições do pagamento da dívida externa. Para romper com isso, propugnou que se rompa com os preconceitos e a arrogância intelectual.

''Para impulsionar os nossos povos, é preciso despojar-se de todos os tabus mentais e atavismos, dos bombardeios ideológicos, e pensar em função das realidades dos povos latino-americanos'', sublinhou.

Não ao FMI e à autonomia do BC

O presidente do Equador descartou a ''cooperação'' do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial. ''Não trabalharemos com os burocratas do FMI e do banco Mundial. Privilegiamos o trabalho com a Cooperação Andina de Fomento (CAF) e o Banco Interamericano (ID)'', afirmou.

Correa atacou sem rodeios a política do Banco Central (BC) do Equador, que goza de autonomia pelas leis do país e se opõe à linha do novo governo. Queixou-se de que o BC mantém reservas ''desnecessárias'' de US$ 4 bilhões.

''Isto é tudo que custará o nosso plano de desenvolvimento até 2010'', apontou. Denunciou ainda que esses recursos, do setor público, ''são enviados para os Estados Unidos, e investidos na Flórida, ganhando 2% ou 3% por ano. Estamos financiando com nosso dinheiro o país mais rico do mundo'', desabafou. E defendeu que a Assembléia Constituinte mude as regras do jogo.

Da redação, com agências