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Primo de Jean Charles critica ''mentira'' do julgamento inglês

A família do brasileiro Jean Charles de Menezes – assassinado pela polícia britânica em julho de 2005 ao ser confundido com um terrorista no metrô de Londres – define como “simbólica” a multa recebida pela Scotland Yard, a polícia inglesa. “Ninguém no

 “A média do valor da casa de uma pessoa pobre aqui é o dobro. Essa multa não é nada. É simbólica”, argumentou.

A Justiça britânica condenou a polícia a pagar uma multa de 175 mil

libras (cerca de R$ 630 mil) pela operação que levou à  morte de Jean e

375 mil libras (cerca de R$ 1,4 milhão) pelas custas do processo. Mas,

como explica Pereira, a multa é referente ao risco a que a instituição

submeteu a população, e não à morte de seu primo.

Além disso, Alex Pereira afirma que a multa não pode ser considerada

uma forma de punição, já que o dinheiro deverá ser pago ao Estado que,

por sua vez, irá repassá-lo novamente à instituição. “Seria o dinheiro

da população, o meu próprio dinheiro, que estaria indo para o Estado e

sendo devolvido à polícia. É assim que funciona. Não é como no caso de

uma grande empresa privada, que poderia ser penalizada em até três

vezes esse valor”.

O primo de Jean Charles diz que a família, apesar de considerar a

Justiça britânica burocrática, vai continuar buscando uma solução para

o caso. Ele conta que os advogados  vão abrir inquérito, com o apoio da

Comissão Independente de Queixas da Polícia (IPCC, na sigla em inglês)

e provar “a mentira” montada pela polícia.

“Agora, vem a acusação de drogas e mais coisas que a gente não tem como

contestar. O Jean não reagiu. Não teve oportunidade de fugir ou se

defender e foi morto. Matar sempre é errado, ainda mais nesse caso que

não foi de legítima defesa”, disse Pereira. Para ele, ''a Justiça

britânica é bem pior do que a do Brasil''.

Jean Charles foi morto por policiais à paisana, na estação de

Stockwell. No dia, houve uma tentativa frustrada de ataque terrorista

no metrô. De acordo com a versão da polícia britânica, os agentes

confundiram o brasileiro com um terrorista. Já o IPCC alegou que o

rapaz era “inocente” e foi morto no trajeto para o trabalho.

Com informações da Agência Brasil