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Após denúncias de abuso sexual, ONU tira 108 soldados do Haiti

Após denúncias de abuso sexual, uso da prostituição, inclusive com menores de idade, a ONU decidiu retirar 108, todos de Siri Lanka, do Haiti. A porta-voz da organização, Michelle Montás, disse que a repatriação ocorrerá no próximo dia 3 de novembro com o

Entre os repatriados, acrescentou, está o Batalhão do Sri Lanka, unidade que junto com as de outros 18 países formam a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).


 


As alegações contra os membros da Minustah, que é liderada pelo Brasil, surgiram há alguns meses e foram investigadas por um órgão da ONU, que concluiu que as denúncias tinham fundamento.


 


Os soldados devem viajar de volta ao Sri Lanka neste sábado (3), e o governo cingalês será responsável por decidir que tipo de punição eles sofrerão.


 


A porta-voz da organização, Michelle Montás, disse que a repatriação ocorrerá com o objetivo de que os envolvidos sejam submetidos a medidas disciplinares em seu país.


 


''As acusações estão relacionadas com relações sexuais, particularmente com o pagamento de prostitutas, algumas delas menores de idade'', afirmou as Nações Unidas.


 


A porta-voz disse que as autoridades de Colombo decidiram repatriar os militares após receberem um relatório preliminar do caso, preparado por um departamento de supervisão interna da ONU em conjunto com uma equipe de investigação do Sri Lanka no Haiti.


 


''As Nações Unidas estiveram em contato próximo com as autoridades do Sri Lanka em todos os níveis e seguirão proporcionando toda a assistência possível ao Governo no processo de aplicação das medidas disciplinares necessárias frente a esse grave assunto'', completou Montás.


 


ONU lamenta


 


Entre os repatriados, acrescentou, está o Segundo Comando do Batalhão do Sri Lanka, unidade que junto com as de outros 18 países formam a Minustah.


 


A porta-voz acrescentou que a ONU e o Governo de Colombo ''lamentam profundamente'' todo o episódio de abuso e exploração que possa ter ocorrido.


 


A Minustah conta atualmente com 6.700 militares e 1.622 policiais, que estão sob comando do general brasileiro.


 


Este é o último de uma série de escândalos envolvendo alegações de abuso sexual contra membros de forças de paz da ONU.


 


Caso não é isolado


 


Neste ano, 800 soldados que enfrentavam esse tipo de acusação foram suspensos na Costa de Marfim.


 


Em 2005, um relatório recomendou a criação de um fundo para ajudar as crianças filhas de soldados integrantes das missões de paz da ONU.


 


A recomendação, porém, não foi adotada por todos os países-membros das Nações Unidas.


 


A ONU mantém uma política de tolerância zero com alegações de crimes de natureza sexual contra soldados de forças de paz.


 


Visita ao Brasil


 


O relator especial em questões extrajudiciais, sumárias ou mortes arbitrárias da ONU (Organização das Nações Unidas) inicia uma visita oficial ao Brasil de 11 dias no sábado (3), segundo comunicado da ONU em Genebra distribuído nesta sexta-feira.


 


O relator, Philip Alston, deve se encontrar com representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário. A lista inclui também militares, policiais, encarregados do sistema prisional, governadores e representantes de entidades.


 


Alston passará por São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília.


 


Dentre as responsabilidades do enviado estão colher relatos sobre abusos e identificar as causas que podem ter poupado criminosos da punição adequada.


 


Aston deve apresentar seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU com recomendações. A ONU não divulgou se há uma data para tal apresentação.