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CPMF opõe governadores aos congressistas do PSDB

Encurralado pelo DEM, o comando do PSDB no Senado alertou nesta sexta-feira (19) governadores do partido para o risco de votarem contra a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) por falta de um discurso que justifique s

Para preocupação dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), os senadores tucanos lançaram dúvidas sobre a disposição do governo de oferecer uma compensação que legitime voto a favor da CPMF. A reunião deixou exposto o constrangimento do PSDB.



“Estamos sob pressão. Sou um dos que duvidam que o governo venha a apresentar uma proposta que justifique o voto”, afirmou o senador Sérgio Guerra (PE), à saída da reunião.



No encontro, Serra defendeu a manutenção da alíquota da CPMF e redução de outros tributos “piores”. Advertiu ainda para a ameaça de corte de repasses para os Estados caso a receita emagreça.



Aécio chegou a perguntar como poderia ajudar numa negociação com o governo. Mas teria admitido: “Se não der, vá para o pau”.



Escalado como porta-voz da reunião, o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), sugeriu que o governo desça do “pedestal”. “O tempo de paciência em relação à soberba do governo está se esgotando”, disse.



O tom de Aécio é bem mais leve. Dizendo que ele e Serra autorizaram uma negociação com o governo, Aécio defendeu um acordo pela redução da carga tributária, com isenção de PIS e Cofins sobre saneamento e alívio sobre a folha de pagamento, além de destinação de maior volume de recursos da CPMF para a saúde. Ele aposta que o governo vá negociar, sob pena de ser derrotado em plenário.”Ou o governo conversa ou vai para o confronto”.



Constrangimento



Programado a pedido do presidente tucano, Tasso Jereissati, o próprio encontro impôs constrangimento a Serra e Aécio. Anfitrião da reunião, o governador de São Paulo já tinha reclamado na véspera da idéia. Segundo tucanos, Serra adiantava, já na quinta-feira, que o encontro se tornaria público, obrigando os tucanos a se manifestar sobre o tributo.



Constrangido, Serra nem sequer acompanhou os parlamentares recrutados para a entrevista no Palácio dos Bandeirantes: Virgílio, Guerra e o líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP). Sob o argumento de que tinha uma agenda externa, deixou o Palácio de helicóptero.



Fonte: Folha de S.Paulo