Perpétua consegue curso de enfermagem para o interior

A deputada Perpétua Almeida do PcdoB do Acre, conseguiu viabilizar através de um acordo com o departamento de saúde da Universidade Federal do Acre (UFAC), o curso de enfermagem desta instituição para Feijó.


      
















Ufac implantará curso de enfermagem em Feijó


Acordo com essa finalidade foi firmado na última semana


Cedida
Início do curso está previsto para
2009, beneficiando os municípios
de Feijó, Tarauacá e Jordão


De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 75% das ações básicas de saúde são realizadas pela equipe de enfermagem.


Por isso a recomendação da OMS é a de um enfermeiro para cada 500 habitantes.


Isso significa que, para uma população de quase 180 milhões de pessoas, como é o caso, seriam necessários 360 mil enfermeiros graduados, enquanto em todo o país existe a metade desse número.


Do 1,18 milhão de enfermeiros em atividade no país, de acordo com dados do Confen (Conselho de Enfermagem), 600 mil são auxiliares de enfermagem e 400 mil, técnicos de enfermagem. Apenas 180 mil são enfermeiros com nível superior, o que significa um déficit de 50%, segundo a OMS.


Problema que se agrava ainda mais no Norte e Nordeste e em regiões mais isoladas, como é o caso do município de Jordão e até recentemente também Feijó e Taruacá. Esses dois últimos só possuíam acesso por via terrestre durante três meses por ano. Jordão permanece isolado.


De acordo com a amostragem por município do Sistema Único de Saúde (SUS), Tarauacá possui 10 enfermeiros, Feijó – terceiro município do Estado em número de habitantes – tem nove e Jordão, apenas dois.


“É a esses três municípios carentes de profissionais não apenas nessa área, mas principalmente nessa, porque lida com vidas, que o curso de enfermagem da Ufac se destina”, explicou a deputada Perpétua Almeida (PC do B).


No ano passado uma reunião entre a OMS e a Organização de Proteção Ambiental (OPA) propôs uma década de investimentos em recursos humanos em saúde (2006/ 2015) para poder enfrentar os desafios nessa área.


A OMS concluiu que a apropriada identificação das necessidades da saúde da população e a adequada prestação de serviços, constituem a base sobre a qual será possível a existência de uma prática de saúde, bem como a correta definição, formação e utilização dos recursos humanos para essa área.


“Não podemos pensar em saúde se não oportunizarmos a qualificação dos profissionais que atuam na área, por isso nosso empenho em levar o curso de enfermagem para Feijó, onde também poderá receber estudantes de Tarauacá e Jordão. Quanto mais pessoas altamente qualificadas tivermos para trabalhar no estado, melhor serão as condições de vida”, disse a deputada Perpétua Almeida (PcdoB).


Perpétua assumiu o compromisso de realizar esse sonho dos trabalhadores da saúde de Feijó, no início deste ano, quando se reuniu com eles.


Na ocasião os trabalhadores fizeram várias reclamações. Entre elas o fato de atuarem como enfermeiros e receberem como auxiliares de serviços domésticos entre outros.


Mas o principal pedido foi um curso de nível superior na área.


“Foi uma sensação ambígua, ao mesmo tempo em que fiquei feliz por ver que a intenção deles era estudar para ganhar um salário melhor e ter um outro status na sociedade, ou seja ficou visível o empenho em se qualificar, fiquei também triste por não ter certeza se a tentativa daria certo. Prometi a eles meu empenho, mas que não esperassem mais que isso. Hoje estou plenamente satisfeita, ao ter o pedido acolhido pelo Departamento de Ciências da Saúde”, disse a deputada na reunião com a chefia do departamento.


Pelas contas dos professores do departamento de Ciências da Saúde, as despesas com o curso todo ( a formação de uma turma), não sairá por menos de R$ 1 milhão.


A deputada Perpétua Almeida se comprometeu a colocar inicialmente R$ 500 mil em emenda para que o departamento viabilize o inicio do curso em 2009, e outras emendas nos próximos anos de maneira a garantir a cobertura das despesas.


O Departamento de Ciências da Saúde, por sua vez, comprometeu-se a realizar o vestibular, resguardando 50% das vagas para os profissionais que já atuam na área, e o restante para a comunidade. Assim como garantiu o deslocamento dos professores da Ufac para ministrarem as aulas. Ficando os estágios em aberto. Parte deles deverá ser feita na região e a outra, em Cruzeiro do Sul ou na capital.


Serão cobertos pelo projeto os três municípios: Jordão, Tarauacá e Feijó