Perpétua quer explicações de presidente do IBGE

Presidente do IBGE, terá de explicar na Comissão da Amazônia diminuição do número de habitantes registrados no último censo da instituição.


                 &n

 


O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, explicará, na próxima quinta-feira (27), durante audiência pública na Comissão da Amazônia da Câmara Federal, qual metodologia foi utilizada para a contagem da população nos municípios da Região Norte. O requerimento é de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB). O prazo para contestação dos dados pelas prefeituras acabou quinta-feira (20).


Ao menos 3.472 cidades brasileiras perderam população, de acordo com o resultado preliminar do último senso publicado no Diário Oficial da União do dia 31 de agosto. O instituto está sendo pressionado por vários prefeitos a fazer a recontagem. Os administradores públicos temem um corte sem precedentes nos repasses constitucionais oriundos do FPM, cuja partilha é feita pelo Tribunal de Contas da União. A cidade de Rio Branco, que segundo o IBGE “perdeu” 44 mil habitantes entre 2006 e 2007, corre o risco de ter deduzido 10 milhões da sua receita para o próximo ano.


“É preciso esclarecer quais os critérios foram adotados para contabilizar, sobretudo, a população rural destes municípios, que sobrevivem basicamente destes repasses”, disse Perpétua Almeida, que estendeu convite aos prefeitos de várias cidades da Amazônia para levantarem seus questionamentos durante a audiência da próxima semana em Brasília.


O Censo 2006 apontou Rio Branco com 314.000 habitantes; os levantamentos até o dia 20 de agosto de 2007 indicam que os rio-branquenses somariam, hoje, 270.240 pessoas, perfazendo um encolhimento inexplicável de 14% da população local.


A prefeitura decidiu promover uma contagem em 23 bairros distribuídos nas sete regionais. O prefeito Raimundo Angelim garantiu que 39% das famílias informaram que não receberam a visita do IBGE. “Isto é inaceitável. Além da perda dos recursos, a administração pública fica prejudicada nas ações vitais como Saúde, Educação e ações sociais”, disse em coletiva à imprensa, na última segunda-feira.

 

“Temos indicadores de que a população aumentou. Alguma coisa está errada”, disse o prefeito.
Vários prefeitos da Amazônia questionam a pesquisa do IBGE afirmando que os serviços médicos e na área da Educação permitem afirmar que o número de habitantes só cresceu.


A permanecer os dados atuais, cidades como Cruzeiro do Sul, Feijó, Plácido de Castro e Bujari sofrerão impactos fulminantes em suas receitas. Curiosamente, houve incremento substancial no número de habitantes em cidades pouco populosas como Marechal Taumaturgo (+ 4.460 pessoas) e Porto Valter (mais 3.100 pessoas).


No Amazonas, 17 prefeitos de cidades que tiveram seus coeficientes populacionais reduzidos planejam uma contestação legal às prévias divulgadas pelo IBGE.