Resposta a um jovem militante

Dia desses recebi uma mensagem de um camarada ainda recente no Partido arguindo algumas questões sobre o funcionamento de nossa organização e nossa postura com relação à figura de  Stalin. Com honestidade ele se refere a um texto desses de auto aj

Por Iran Caetano*


 


Caro camarada. Li o tal texto.


 


Claramente é coisa de canalhas. Provavelmente trata-se desses livros idiotas de auto ajuda feito por e para  pessoas que vivem apenas pelo poder e para tirar vantagens dos outros. Que alguém goste deste tipo de leitura é problema lá deles, mas de maneira suja e ardilosa tentar sujar o Partido com tal calúnia é um tremenda falta de dignidade.


 


Sugiro que pergunte a essa pessoa onde ele leu em qualquer documento do PC do B  alguma coisa pelo menos parecida com tal disparate.


 


Sou militante há 35 anos e nunca vi ou  ouvi dentro do Partido nada nem longemente parecido.


 


Claro. Como eles não tem nada de concreto a falar do Partido, começam a inventar calúnias.


 


O  centralismo democrático foi o método desenvolvido por Lênim e pelos bolcheviques no fogo da revolução soviética, que permitiu ao proletariado organizar-se de forma superior e enfrentar as terríveis batalhas  de quem ousou lutar contra os poderosos e derrotá-los. Sugiro a leitura das resoluções do 11 Congresso do Partido e dos estatutos para melhor compreensão.


 


Sobre Stálin você consegue no Partido vários documentos  a seu respeito. Nós fazemos severas críticas aos graves erros por ele cometido, mas também não deixamos de reconhecer os méritos de quem dirigiu a União Soviética por 30 anos e conseguiu transformar uma nação atrasada (88% de analfabetos) em uma grande potência, científica, cultural, econômica e etc. Bastaria citar que a URSS foi o primeiro país a colocar um artefato eletrônico em órbita da terra. O primeiro a mandar um ser vivo ao Cosmos. O primeiro a enviar um homem, e depois uma mulher a orbitar a terra. Sem falar em tantas outras conquistas em favor da humanidade e da libertação dos diversos povos por todos os continentes.


 


Mas a grande façanha do proletariado revolucionário da URSS,  dirigida pelo PCURSS, tendo à frente  o  camarada Stálin foi derrotar a Alemanha nazista (a maior máquina de guerra já montada no planeta), ao custo de 21 milhões de jovens, praticamente sozinha. Pois é sabido que os EUA só entraram na guerra depois da  terrível batalha de Stalingrado, quando definiu-se a  derrota alemã. A Inglaterra já estava praticamente destruída. A França covardemente capitulou, e os demais países da Europa mal disfarçaram uma pequena  resistência.


 


Não temos que temer nossos princípios. Eles são os melhores. Os mais sadios do ponto de vista político e humano. O contrário do centralismo democrático chama-se voluntarismo pequeno burguês. No voluntarismo pequeno burguês cada ''intelectual de gabinete'' sente-se à vontade para criar sua corrente e desafiar a vontade da maioria. Dando no baguncismo generalizado. Basta verificar a babel de correntes no PT, onde até mesmo dentro de sua corrente majoritária há conflitos diversos e disputa de interesses menores, como ocorre por exemplo dentro da CUT e das administrações públicas que eles dirigem.


 


Ainda assim, mesmo aqueles partidos que criticam o centralismo democrático volta e meia se sentem obrigados a praticá-lo, pois do contrário se desintegrariam. Por exemplo temos a expulsão da Heloisa Helena,que depois fundou o Psol. Um pouco antes haviam expulsado a turma do Zé Maria , que fundou o PSTU.


 


Assim eles vão agindo. Mentindo, caluniando, mas sobretudo copiando descaradamente nossas propostas sem assumí-las de fato.


 


Não lhe peço para acreditar em mim. Peço-lhe que se informe. Procure ler mais os textos dos clássicos (Biblioteca Marxista). Leia os documentos do Partido(Documentos Históricos). Leia também os dos inimigos e depois compare e tire as suas conclusões. Eu já fiz isso quando tive as mesmas dúvidas que você.


 


Um abraço,


 


*Iran Caetano é médico e Secretário Político do Comitê Municipal de Vila Velha, ES.