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Americanos especulam motivos de demissão de Karl Rove

A anunciada demissão de Karl Rove, o principal assessor político do presidente americano George W. Bush aumentou as dúvidas sobre sua participação em diferentes escândalos que ainda hoje ameaçam a Casa Branca.

Lisonjeado pelos republicanos e alvo da oposição democrata, o “guru” de Bush disse na segunda-feira (13) que deixará o governo no fim deste mês para atender um pedido de sua família.



Rove foi considerado artífice das duas campanhas que conduziram Bush à presidência do país em 2000 e 2004 e arquiteto da avalanche republicana para alcançar nas eleições a maioria nas duas câmaras do Congresso.



Embora algumas figuras como o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, elogiem sua contribuição ao partido e ao país, outros consideram que em seus anos na Casa Branca, Rove foi o cérebro que dividiu os americanos.



A esse respeito, o senador democrata Barack Obama, considerou que foi Rove o arquiteto de uma estratégia política que deixou o país mais dividido, aos interesses especiais mais poderosos e ao povo mais alienado de seu governo  que em nenhum outro momento da história.



A renúncia do controvertido assessor ocorre a poucas semanas de sua negativa em comparecer ao Congresso para explicar sua participação no escândalo da demissão de oito procuradores federais.



Apesar de se distanciar da Casa Branca, para o chefe do Comitê Judicial do Senado, Patrick Leahy, este fato não o deixará livre de explicar-se à Justiça.



A mídia americana também trata hoje de sua presumível participação na divulgação à mídia, em julho de 2003, da identidade de Valerie Plame, ex-espiã da CIA, um escândalo que ainda não foi julgado.



O ex-diplomata americano Joseph Wilson, marido de Plame, considerou a saída de Rove como o capítulo final da divulgação da identidade de sua mulher, já que Bush havia prometido demitir todos os envolvidos no crime.



Para alguns analistas, a saída do assessor presidencial complicará os últimos 17 meses de governo que ainda restam a Bush, e não descartam que os democratas aumentem as pressões para esclarecer a participação de Rove na demissão dos oito procuradores.