OAB/RJ denuncia que operação policial no Rio não matou apenas ''bandidos''

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil da Seção Rio de Janeiro (OAB/RJ) informou, no dia 28, ter recebido denúncias de que pessoas sem envolvimento com o tráfico teriam sido mortas durante os confrontos no Complexo do Alemão, z

Segundo a Secretaria de Segurança do Estado do Rio, 13 pessoas foram mortas, mas todas ligadas ao tráfico de drogas nas favelas do complexo. Outras seis pessoas morreram e foram deixadas dentro de um carro, na frente de uma delegacia na Penha. Rumores extra-oficiais dizem que o número de mortos pode passar de 30.



O Instituto Médico Legal (IML) informou que três dos mortos tem menos de 18 anos. Os menores têm 13, 14 e 16 anos. De acordo com o presidente da Comissão, João Tancredo, um deles, supostamente deficiente físico, foi esfaqueado. ''A polícia alega que o menino estava carregando uma arma, mas isso não seria possível porque ele possui uma deficiência no braço''.



A comissão da OAB também está acompanhando os trabalhos dos legistas no IML e investigando outras denúncias anônimas de que moradores teriam tido pertences saqueados pelos policiais.



Dia mais tranqüilo



Dois dias após a megaoperação da polícia nas favelas do Complexo do Alemão, o clima é de aparente tranqüilidade no local, apesar de os acessos continuarem ocupados por agentes da Força Nacional de Segurança e por policiais militares. As sete escolas e uma creche do município localizadas na região, que fecharam por causa da operação policial, voltaram a abrir nesta sexta.



Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o índice de freqüência foi muito baixo, ''de apenas 5% de um total de 4.700 alunos''. De acordo com a nota, os professores foram orientados a cumprir o horário de trabalho nas escolas, mesmo sem a presença dos alunos.