Bush tem planos de eliminar Fidel, diz parlamento cubano
A Assembléia Nacional (Parlamento) cubano acusou nesta sexta-feira (29) o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de querer eliminar Fidel Castro. “A conduta do governo Bush claramente mostra sua intenção de continuar empregando métodos execráveis
Publicado 30/06/2007 11:57
Na quinta, o presidente americano insinuou desejar a morte de Fidel, de 80 anos, que não é visto em público desde que problemas de saúde o obrigaram a transferir o poder interinamente a seu irmão Raúl. “Um dia, o bom Senhor vai levar Fidel Castro embora”, disse Bush numa academia naval em Rhode Island. “(Quando isso acontecer) vocês verão um debate interessante. Alguns vão dizer que tudo o que importa é a estabilidade. Acho que devemos pressionar fortemente por democracia”, completou.
Fidel, cuja cadeira na Assembléia permaneceu vaga, reagiu com ironia em um artigo publicado na sexta-feira pelo Granma, jornal oficial do Partido Comunista Cubano. “Agora entendo por que sobrevivi aos planos de Bush e aos planos de outros presidentes que ordenaram meu assassinato: o bom Senhor me protegeu”, escreveu.
Fidel é há décadas uma pedra no sapato dos Estados Unidos, que há 45 anos mantêm um criminoso embargo econômico contra a ilha. Desde que sua revolução foi vitoriosa, em 1959, Fidel já viu dez presidentes passarem pela Casa Branca. Documentos divulgados nesta semana pela CIA mostram que a agência trabalhou com três chefes mafiosos numa frustrada tentativa de assassinar Fidel no começo da década de 1960.
A Assembléia Nacional Cubana disse que as tentativas de homicídio contra Fidel “não são coisas do passado e continuam sendo política do atual governo dos EUA”. Segundo parlamento, “os documentos da CIA só revelam alguns dos complôs para matar o companheiro Fidel Castro e para trazer morte e sofrimento ao nosso povo.”
Leia abaixo o editorial de Fidel em resposta a Bush
Reflexões do Presidente Fidel Castro: “O Bom Deus me protegeu de Bush”
Uma inusual notícia apareceu há uns minutos através da EFE e da Reuters. Limito-me à versão espanhola: “Um dia, o bom Senhor vai levar Fidel Castro”.
Isto não foi declarado numa piedosa igreja. Tal como fez em West Point, onde proferiu a famosa frase daquilo que deviam esperar dezenas de escuros cantos do mundo, nosso homem falou na Academia da Marinha de Guerra localizada em Newport. Respondia a uma pergunta, muito bem elaborada, sobre a situação na América Latina que lhe fez um graduado colombiano da Academia. Que casualidade!
Imediatamente, como se estivesse ansioso por dizer qualquer coisa sobre Cuba e queixoso pela sua vez com o Bom Deus, acrescentou: “Só existe um país antidemocrático por nossos arredores e esse é Cuba. Acho firmemente que os cubanos devem viver numa sociedade livre. Interessa-nos que Cuba seja livre e interessa a eles não ter que viver sob uma forma de governo antiquada que é repressivo”.
Anteriormente prometeu: “Continuaremos pressionando em favor da liberdade em Cuba”.
Sem perder tempo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Gordon Johndroe, ao ser perguntado a respeito de se Bush desejava a morte de Castro, respondeu: “O Presidente referia-se a um acontecimento inevitável”. Tal parece que o genial funcionário e seu chefe vão viver milhares de anos.
Agora compreendo por que sobrevivi aos planos de Bush e dos presidentes que ordenaram meu assassinato: o Bom Deus me protegeu.
Fidel Castro Ruz
28 de junho de 2007 – 18h32