Audiência discute situação dos demitidos da Fábrica Thomaz Pompeu

A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Heitor Férrer (PDT), realizou na tarde desta quinta-feira (14/06), audiência pública que discutiu a situação dos funcionários demitidos da Fábrica Têxtil Tomaz P

Segundo os ex-funcionários, o estabelecimento foi à falência e não cumpriu com os direitos trabalhistas, pois mudou de nome e endereço, passando a se chamar Pompeu Têxtil. Sendo assim, a causa ganha pelos trabalhadores em 1997 não teria mais validade porque atualmente se constituiria uma outra empresa.
       


De acordo com o deputado Lula Morais (PCdoB), requerente da audiência, o objetivo do debate é achar uma saída para o problema dos trabalhadores. “É necessário que busquemos soluções para os problemas da nossa coletividade”, afirmou o parlamentar. Na ocasião, o advogado de uma comissão de trabalhadores, Arnóbio Gomes, afirmou: “Se o falido tem créditos, deve pagar aos cidadãos”.
       


Francisco Ibiapina, representante da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) afirmou que apóia os trabalhadores na disputa judicial contra a empresa e salientou que a DRT está comprometida em investigar a existência de uma falsa cooperativa, Linhas do Itapajé, criada pela Pompeu Têxtil para não assinar as carteiras de trabalho de seus atuais empregados.
       


Os antigos funcionários reivindicam o pagamento dos direitos trabalhistas, ganhos desde 1997 e o fim de chantagens contra as famílias e ameaças de despejos injustos das famílias que moram na Vila Pompeu, que era mantida pela Fábrica Têxtil para garantir a moradia de seus empregados. De acordo com eles, uma família já foi despejada.
       


Aline Morais, filha do ex-funcionário Francisco Manuel, relatou que sua família foi despejada da Vila Pompeu no dia 16 de fevereiro deste ano. Ela declarou que o pai sofria ameaças por parte da empresa e que não eram respeitados os seus direitos trabalhistas. “Minha mãe não tinha direito a feriados e recebia menos de um salário mínimo”, Aline ressaltou que além de prejudicada financeiramente sua família ficou desestruturada emocionalmente.
       


Segundo Nazareno, presidente do Sindicato de Mestres e Contra Mestres de Indústria Têxtil e Tecelagem do Ceará, o prédio que pertencia à antiga Fábrica Têxtil Pompeu S/A atualmente serve como um estacionamento, pois foram retiradas todas as máquinas e puseram na atual empresa, Pompeu Têxtil, que mantém uma cooperativa. “Para onde vai o dinheiro deste estacionamento? Deveriam pagar o que devem aos cooperados”, segundo ele, “é vergonhoso para o sindicato que trabalhadores vivam de ajudas de cestas”, declarou ele.