Feirantes lutam pela permanência

Mudança de uso dos espaços do Cruzeiro e de Santa Tereza vai ser discutida hoje, em reunião na Câmara Municipal

    Os comerciantes do Mercado Distrital do Cruzeiro, no bairro de mesmo nome da Região Centro-Sul de Belo Horizonte, ajuizaram ação na Justiça, contra a decisão da prefeitura de transformar o local num centro cultural e gastronômico. Os feirantes foram notificados, semana passada, a fechar suas barracas em até 30 dias. Já os permissionários do Mercado Distrital de Santa Tereza, na Região Leste, aguardam decisão liminar para permanecerem no estabelecimento até que o Judiciário julgue o processo contra o projeto do município, que prevê instalar no local a sede da Guarda Municipal. Hoje, na Câmara Municipal, vereadores, permissionários e clientes vão discutir a situação dos mercados.


 


    A polêmica envolvendo os dois distritais, inaugurados em 1974, teve início em março, quando a prefeitura decidiu que os estabelecimentos dessa natureza perderam espaço para as grandes redes de varejo, que se instalaram em diversos bairros da capital. O terceiro distrital inaugurado na década de 1970, o da Barroca, fechou as portas em 2000 e dará lugar a um anexo do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).


 


“Estamos aguardando a decisão judicial, pois não concordamos com o fim dos mercados. Além disso, esse prazo de 30 dias é curto, pois há muitas mercadorias estocadas”, diz a presidente da Associação dos Permissionários do Mercado do Cruzeiro, Neuza Rezende da Fonseca, de 56 anos. Seu colega e presidente da Associação dos Permissionários do Santa Tereza, Giovanni Laureano Teixeira, de 32, também confia no Judiciário e diz que os feirantes vão resistir à pressão: “Para se ter uma idéia, já enviei 10 ofícios ao município para cortar a grama da área externa e, até agora, não obtive retorno”.


 


A intenção é transferir os 13 comerciantes do Santa Tereza para uma feira no Bairro São Paulo, mas eles se recusam a deixar o local. No caso do Cruzeiro, o município propôs aos cerca de 50 donos de bancas a criação de uma feira ambulante, mas eles também rejeitam qualquer possibilidade de sair. Já o procurador-geral do município, Marco Antônio Rezende, disse que a prefeitura aguarda o prazo dado aos feirantes, que vence mês que vem. Se não saírem, vai estudar qual a melhor maneira de tirá-los.


 


Fonte; Jornal Estado de Minas