Chico Lopes preocupado com concentração do setor de supermercados

Em pronunciamento realizado na tarde desta quinta-feira, 24/5, o deputado federal Chico Lopes (PCdoB) destacou a importância das ações em prol da defesa do consumidor no Brasil, dizendo-se preocupado com a situação do setor de supermercados, cada vez m

Ressaltando a importância das ações da Câmara dos Deputados quanto ao tema, Chico Lopes, que na Casa integra a Comissão de Defesa do Consumidor, lembrou seu histórico de atuação na área, desde os tempos de vereador de Fortaleza e deputado estadual no Ceará.


 


“Sabemos que a luta pela implantação do Código de Defesa do Consumidor já dura mais de 15 anos. Temos conquistas e avanços para comemorar, mas nem por isso podemos baixar a guarda”, afirmou Chico Lopes, citando o artigo 4º. do Código de Defesa do Consumidor, que trata da compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, para analisar a trajetória dos direitos do consumidor no Brasil ao longo das últimas décadas e destacar o exemplo dos supermercados.


 


“A política neoliberal hoje faz-se presente em todos os setores da atividade econômica. Trinta anos atrás, toda relação de consumo se dava entre o comprador e o vendedor. O que vemos hoje no supermercado, principalmente no natal, final de ano, semana santa ou carnaval? Os consumidores não são bem atendidos. Pagamos pelo produto e temos direito a bom atendimento. Mas nos supermercados não há ninguém para atender os consumidores. Não há mais a figura do vendedor”, destacou Lopes.


 


“Há apenas uma moça ou um rapaz com uma placa ou uma bata com a seguinte expressão: ‘Posso ajudar?’. Ajudar em quê, se essas pessoas não foram preparadas para responder onde está o produto ou sobre sua qualidade. Se há dúvidas a serem sanadas, não se consegue”, criticou, prometendo realizar audiências na Comissão de Defesa do Consumidor para debater as conseqüências da concentração desse mercado na mão de cada vez menos empresas, conglomerados de grande porte.


 


”Essas empresas vão comprando as outras, tornando-se monopólio. Os únicos prejudicados são os consumidores a varejo. Queremos que os que investem tenham lucros, mas esses lucros não podem ser conseguidos com um atendimento de segunda qualidade, com desrespeito às mulheres gestantes, aos idosos e deficientes físicos, enfim, a todos os que vão ao supermercado fazer compras”, concluiu Lopes, conclamando a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Federal a travar mais debates sobre o tema e sobre outros correlatos, como os serviços de fornecimento de energia e de telefonia celular.


 


De Fortaleza, Dalwton Moura