Desdolarização no comércio com a Argentina começa em outubro

A ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, estimou nesta terça-feira (22) que o uso de moedas locais no comércio com o Brasil (ao invés do dólar) vai começar em outubro, como experimento que depois será ampliado para os outros países do Mercosul.

Em declarações antes da reunião extraordinária do Conselho do Mercosul, em Assunção (Paraguai), Miceli afirmou que essa iniciativa financeira permitirá avançar no estabelecimento de uma moeda comum do bloco regional.



Sobre o Banco do Sul, a ministra disse que “ainda não está resolvido” qual será o capital inicial e que essa questão será definida “em junho ou julho, quando for assinada a ata de constituição” da entidade. Quanto ao aporte argentino, afirmou que “vai depender do montante total e da participação de cada país”.



O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, assegurou que seu país “não impõe objeções” à criação do Banco do Sul e disse que a entidade deve ser “eficiente” e “auto-sustentável”, sem necessidade de subsídios dos países integrantes.



“Precisamos de um banco que possa ajudar a integração dos países do Mercosul, uma instituição que abra crédito com mais facilidade que os organismos atuais. Se for preciso, emprestamos a taxas [de juros] baixas para construir caminhos e pontes e integrar a região”, afirmou Mantega.



O ministro manifestou apenas o desejo de que “o banco não seja controlado por nenhum país da região, e que todos estejamos nas mesmas condições”.