Messias Pontes – Byron Queiroz no Banco do Brasil?

A exemplo do que aconteceu no Banco do Nordeste do Brasil (BNB) no período de março de 1985 a dezembro de 2004, um clima de terror está sendo vivido atualmente pelos funcionários do Banco do Brasil (BB).

Como um pesadelo, os funcionários do BB vêem no pacote de maldades que acaba de ser anunciado na sua instituição, a reencarnação do ex-presidente do BNB, pois as medidas agora anunciadas são irmãs siamesas das que foram adotadas por ele.


 


Com uma visão cem por cento neoliberal, deixando de lado a função social de um banco público fundado ainda no Império, a atual direção do Banco do Brasil se comporta se estivesse em pleno governo neoliberal tucano-pefelista (demoníaco). Os funcionários(as) do BB têm de agir com rapidez e determinação sob pena de sofrerem as agruras vividas pelos seus colegas do BNB na desastrada gestão tucana.


 


Para se ter uma pequena idéia do clima de terror implantado no BNB pelo Sr. Byron Queiroz, afilhado político do então governador e hoje senador Tasso Jereissati, mais de mil funcionários foram transferidos de suas agências, sendo que centenas foram transferidos(as) para agências de outros estados, esfacelando a família para forçar o pedido de demissão através do famigerado Programa de Demissão Voluntária.


 


O pior aconteceu com os aposentados e pensionistas em face do ferimento de direitos adquiridos e redução do benefício de aposentadoria e pensão. Muitos que compraram carro financiado foram obrigados a devolver ou repassar para amigos ou parentes continuarem a pagar, pois a redução dos seus proventos foi violenta. Disso resultou a morte de nada menos de 332 aposentados e pensionistas, a maioria enfartada.


 


“Não estou aqui para ser amado”, declarou o Sr. Byron Queiroz em entrevista à imprensa, em fevereiro de 2001. Na ocasião, ele informou que na Diretoria Geral trabalhavam 1.632 pessoas e ele reduziu esse número para 380, tendo transferido 1.200 para outras agências. Ele falava sobre as suas maldades como se fosse um grande mérito. Enchia o peito e dizia que diminuiu as despesas administrativas cortando anuênios, dando folga remunerada, transformando em pecúnia, cortando vantagens, horas-extras, transferindo e demitindo “disciplinarmente”.


 


Esse aí que se realizava com as maldades que fazia, responde por vários processos por improbidade administrativa, formação de quadrilha, concessão de empréstimo a empresa em processo de falência, pagamento de imóveis residenciais etc, etc, etc., deixando um rombo de R$ 7,5 bilhões, segundo o Tribunal de Contas da União.


 


Diante do exposto e do que está acontecendo no Banco do Brasil, é aconselhável que os seus funcionários procurem esclarecer a opinião pública para receber o apoio necessário a fim de barrar o pacote de maldades anunciado pela sua direção. Pelo que foi anunciado, pelo menos 3.900 devem ser demitidos, sendo substituídos por terceirizados. Isto pode ser o primeiro passo para a privatização do Banco do Brasil na atual gestão, coisa que os tucanos-pefelistas(demoníacos) tentaram e não conseguiram.


 


Não se deve admitir que uma instituição pública do porte do Banco do Brasil deixe de cumprir sua função social, especialmente sob a égide de um governo que se pretende democrático e popular como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quando a atual direção do BB fala em dinâmica de gestão, centralização de processos e, principalmente, modernas práticas de mercado, está apontando para uma mudança profunda na instituição, abrindo brechas para a sua privatização.


 


É mais que oportuno que todo o pessoal do Banco do Brasil se junte às entidades que participarão da jornada nacional de lutas que se iniciará no próxima segunda-feira 21 e findará na sexta-feira 25, tendo como ponto alto o dia 23, portanto daqui a uma semana, que será  o dia nacional de mobilização por “Nenhum Direito a Menos, Só Direitos a Mais”.


 


Nesse dia os trabalhadores brasileiros irão às ruas para lutar contra a reforma da Previdência e toda reforma que retire direitos, contra a Emenda 3, e por emprego, salário digno, reforma agrária e moradia, contra a política econômica e o pagamento das dívidas interna/externa, em defesa do direito de greve e contra a criminalização dos movimentos sociais. A defesa do Banco do Brasil e dos seus funcionários bem que poderia ser incluída. É uma excelente oportunidade para desmascarar e derrotar a fração neoliberal infiltrada no governo do presidente Lula.


 


A jornada foi convocada por diversas entidades, entre elas a Assembléia Popular, a Central dos Movimentos Populares, a Conlutas, a Intersindical, e a Coordenação dos Movimentos Sociais formada pela CUT, UNE, Ubes, Unegro, Conam, UMB dentre outras.


 


 


Messias Pontes é jornalista