10 mil pessoas são esperadas nos protestos do dia 23 em SP

Por Carla Santos
Os movimentos sindical, popular e estudantil do estado de São Paulo reunidos no final da tarde desta segunda-feira (14) na capital paulista compartilharam informes sobre os preparativos para o dia nacional de mobilizações por “Nenhum D

Os protestos, que acontecerão em todo país, reivindicam mudanças na política econômica do governo Lula e as reformas urbana e agrária. Os movimentos também estarão nas ruas pelo direito de greve, contras as reformas que retiram direitos dos trabalhadores, como a Reforma da Previdência, e a Emenda 3. Além destas bandeiras, ainda outras fazem parte do conjunto de reivindicações dos movimentos anunciadas na convocatória divulgada na última sexta-feira (11).      


 


Atividades nos locais


 


O Sindicato dos Bancários de SP, já mobilizados em função do pacote de reestruturação anunciado pela instituição financeira – que prevê demissões, terceirizações, aposentadoria, além do fechamento de locais de trabalho – já marcaram protestos para o dia 23, onde pretendem parar por algumas horas o Banco do Brasil e o Banco Real.


 


Os servidores públicos, envolvidos em uma série de greves e paralisações, inclusive os servidores do Ibama e das universidades federais, também já agendaram paralisações para o dia 23. O setor previdenciário e judiciário afirmaram estar mobilizados para realizar paralisações no dia. 


 


O Sindicato dos Condutores de SP está agendando assembléias e reuniões e cogitam paralisação de algumas horas no período na tarde na capital paulista. Já o Sindicato dos Metroviários, que teve cinco trabalhadores demitidos pelo governo do estado em função da paralisação realizada no último dia 10 contra a Emenda 3, estão avaliando se poderão ou não paralisar, contudo, representantes da categoria informaram que realizarão pelo menos panfletagens em seus locais de trabalho.


 


O MST está mobilizando seus assentamentos para o fechamento de rodovias em vários locais do estado. O movimento dos sem teto também deverá se somar às ações do MST nestes locais.


 


Protesto na rua


 


A Associação dos Professores da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo (Apeoesp), que recentemente realizou uma greve, fará uma assembléia no vão livre do Masp, Avenida Paulista, a partir das 14 horas na próxima quarta (23). O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Simpeen) também realizarão sua assembléia no mesmo horário, porém na Avenida Líbero Badaró.


 


Finalizadas as assembléias dos professores da rede estadual e municipal, duas passeatas deverão sair de pontos diferentes do centro para se encontrarem em outro ponto, onde acontecerá o ato político do dia nacional de mobilizações por “Nenhum Direito a Menos, Só Direitos a Mais”.


 


Os manifestantes mobilizados pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), o DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP, a Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores), a Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público), pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), Conlutas, Intersindical e CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), além de todas as categorias já mobilizadas desde o início da manhã, se somará aos professores às 16 horas para a realização do ato.


 


São esperadas mais de 10 mil pessoas para o ato das 16 horas na capital paulista no dia 23. O local do ato conjunto será confirmado na reunião nacional dos movimentos sindical, popular e estudantil a se realizar nesta sexta-feira (18).


 


Greve do Ibama


 


Ao final do encontro as lideranças se solidarizaram com os servidores públicos do Ibama, que entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (14) contra as mudanças propostas pelo governo no ministério do Meio Ambiente.


 


Os servidores receberam ordem judicial para que pelo menos metade da categoria volte ao trabalho nesta terça-feira (15), do contrário a Associação Nacional dos Servidores do Ibama terá que pagar multa de R$ 5.000 por dia ao governo federal.


 


Na avaliação dos presentes no encontro desta segunda-feira (14) a medida judicial do governo antecipa o debate a respeito do direito de greve e ameaça as conquistas democráticas que os movimentos sociais conquistaram nas últimas décadas.