Intervenção de Lula garantirá acordo sobre o gás, diz Evo

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta quinta-feira (10) que, graças a uma intervenção direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a negociação para a recompra das duas refinarias da Petrobras no país vizinho está a ponto de chegar a um fin

A decisão de compra e venda já está tomada, disse Evo em entrevista a jornalistas no início da manhã no Palácio do Governo de La Paz. Ele assegurou que havia resolvido com Lula “problemas de fundo” e que restava pendente apenas um problema em relação ao preço da operação.



Segundo Evo, a Petrobras baixou o preço das duas refinarias, localizadas em Guillermo Elder (Santa Cruz, leste) e Gualberto Villarroel (Cochabamba, centro). O valor pedido pela estatal passou de US$ 153 milhões para US$ 135 milhões.



Em declarações à agência católica de notícias Fides, Evo disse que foi informado pelos negociadores bolivianos em La Paz, liderados pelo ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, que “baixaram bastante (a oferta), mas ainda será preciso confrontar tecnicamente”.



Decisão política
O presidente boliviano assinalou que “o mais importante é a decisão política, a decisão do povo boliviano de recuperar o que é seu e a decisão do presidente Lula de devolver”.



A última contra-oferta boliviana à Petrobras estaria em torno de US$ 110 milhões, e teria a simpatia da companhia, segundo a agência Fides. Funcionários bolivianos e executivos da Petrobras, liderados por Fernando de Freitas, presidente da filial boliviana da multinacional brasileira, seguiam negociando esta noite em La Paz.



A Petrobras pagou cerca de US$ 105 milhões pelas duas unidades, em 1999. Desde o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia, no ano passado, o presidente Evo Morales vem manifestando seu desejo de recuperar para o Estado o controle das refinarias estrangeiras. No Brasil, o presidente Lula pediu um “preço justo” para as unidades.



As duas refinarias da Petrobras em questão processam em média 40.000 barris diários de petróleo e suprem toda a demanda interna de gasolina da Bolívia, mais 70% de sua demanda de diesel.



Da redação, com agências