Eleição histórica une metalúrgicos de São Caetano

Os metalúrgicos de São Caetano do Sul foram às urnas e disseram sim à unidade da categoria. Votaram na eleição do sindicato cerca de 3.200 trabalhadores, atingindo 80% dos quatro mil sócios. Desses, apenas 115 anularam e outros 105 votaram em branco.

“A ampla aceitação da chapa única demonstra que a expectativa da categoria é por uma mudança de postura, deixar de lado as rivalidades e olhar para o futuro”, é a opinião de Marcelo Toledo, secretário-geral eleito do sindicato. Durante anos as eleições da entidade dos metalúrgicos de São Caetano foi pautada pela disputa entre trabalhadores ligados à CUT e à Força Sindical, central à qual o sindicato é filiado. ''Respeitamos a filiação à Força. Queremos defender os interesses da categoria'', concliu.
 


A nova gestão, que toma posse em 04 de julho, pretende organizar um congresso da categoria para debater as mudanças no mundo do trabalho e as tarefas do sindicalismo. Mas algumas lutas já estão em pauta, como impedir ataques aos direitos dos trabalhadores da GM. Para o secretário-geral da nova gestão, o principal desafio será ''frear a reestruturação produtiva global da GM'', pois a empresa promete mudar suas plantas em diversos países para manter o que chama de ''competitividade''.
 


Marcelo, que é trabalhador da GM, alega que a reestruturação produtiva pode trazer fechamento de departamentos, terceirização e até mesmo redução de salários. A General Motors é a principal empresa metalúrgica de São Caetano do Sul e a maior base do sindicato.
 


Os trabalhadores da empresa em todo o mundo já pensam na resistência conjunta. Por isso, realizaram um encontro das plantas da GM na Bélgica, organizado pela Federação Internacional dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica. ''Os debates são de ampliar a solidariedade, organizar movimentos conjuntos com outras plantas para fazer frente a essa política'', afirma Marcelo Toledo.
 


Fernando Borgonovi, pelo Vermelho-SP