Rússia: Plano dos EUA transformará europeus em reféns

O chefe do Estado-Maior do Exército russo, Iuri Baluyevski, em declarações publicadas na última sexta-feira no jornal Rossískaia Gazieta, não excluiu a possibilidade de Washington “colocar mísseis balísticos de ataque, de médio e longo alcances, com múlti

Em causa está a instalação de uma dezena de rampas do NMD na Polônia e de um sofisticado radar na Tchéquia, em articulação com um sistema de detecção por satélite, plataformas marítimas e bases no Reino Unido, Groenlândia e Alasca.


 


Este plano transformará todos os europeus em reféns , afirmou Baluyevski, na sexta-feira (4). “Na Europa, ganha força a opinião de que sua população será refém de um jogo alheio, quando as apostas são feitas do outro lado do oceano e os europeus pagam a conta”, disse o general.


 


A alta patente frisou que a “desculpa” norte-americana da “ameaça” do Irã e da República Democrática da Coréia para instalar o NMD na Europa de Leste “mascara o verdadeiro objectivo”.


 


De fato, nem Teerã, nem Pyongyang possuem armas balísticas com um alcance entre os cinco mil e os oito mil quilômetros, capazes de chegar à Europa.


 


Na opinião de Baluyevski, o NMD deveria estar antes na Turquia, fronteiriça com o Irã e mais próxima da Coréia do Norte.


 


Portanto, “o objetivo é alterar o equilíbrio estratégico a favor dos Estados Unidos, em resultado da criação de condições para uma utilização mais eficaz das suas forças nucleares”. “Nenhum dos denominados 'países do mal' possuem armas balísticas de 5 mil e 8 mil quilômetros de alcance, que representam um perigo real para a Europa”, disse.


 


“Seria o lugar idôneo para colocar radares de detecção e bases de mísseis interceptores para abater foguetes em sua fase ativa. No entanto, o NMD será posicionado na Europa do Leste, isto quer dizer que os EUA têm outros planos”, concluiu o general.


 


“O alvo principal do sistema anti-míssil na Europa de Leste é a Rússia”, disse o general, condenando “o início de uma nova corrida descontrolada aos armamentos”.


 


Na próxima semana, decorre em Bruxelas o Conselho Otan-Rússia, ao nível de chefes do Estado-Maior do Exército dos 26 países-membros da organização.