Bachelet e Chávez aparam arestas e ampliam relação bilateral

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, e seu colega da Venezuela, Hugo Chávez, puseram nesta quarta-feira (19) um ponto final em uma crise bilateral criada pelo Senado chileno, o qual o dirigente venezuelano chamou de “fascista”.

“Coloquemos as diferenças de lado e não prestemos atenção às provocações que pretendem alterar nossa histórica relação”, declarou Chávez em referência aos senadores chilenos, após se reunir com Bachelet e condecorá-la.



Os senadores pediram a Bachelet que leve à Organização dos Estados Americanos (OEA) o caso da emissora “RCTV”, cuja licença para transmissão, concedida pelo Estado, não será renovada quando o prazo vencer, em 27 de maio.



O governo venezuelano considerou a iniciativa uma intervenção nos assuntos internos do país e disse que a moção foi aprovada por um grupo minoritário de senadores “fascistas”, vinculados à direita e à democracia cristã.



A governante chilena se esquivou do assunto e se limitou a avaliar muito positivamente a reunião com Chávez, assim como a 1ª Cúpula Energética Sul-Americana. “Revisamos todos os pontos da relação bilateral e privilegiamos impulsionar os programas focados na luta contra a pobreza e a proporcionar uma maior igualdade de oportunidades”, declarou Bachelet.



Acordos energéticos
Além de empreender um diálogo bilateral, que Chávez classificou de “magnífico”, a visita da presidente chilena serviu para que fossem assinados cinco acordos econômicos, entre os quais destacou um de caráter energético.



O acordo permitirá que a Empresa Nacional de Petróleo do Chile (ENAP) explore uma parcela da Faixa Petrolífera do Orinoco, que no futuro poderia garantir ao país a obtenção de grandes volumes de petróleo.



Bachelet aproveitou a ocasião para convidar seu colega venezuelano para ir até Santiago em breve, apesar de afirmar que a data deverá ser fixada pelo governo de Caracas.



A governante chilena, que voará hoje para a Colômbia, foi condecorada por Chávez com o “Colar Grande Ordem Libertador”, além de receber, das mãos do prefeito Freddy Bernal as chaves de Caracas e ser nomeada cidadã ilustre da cidade.



Bachelet expressou sua “certeza” de que “este é um momento para continuar estreitando as relações entre o Chile e a Venezuela”, ao ressaltar que a diversidade de posições ou critérios pode ser abordada em um clima de respeito e amizade.