Países pobres melhoram acesso a tratamento do HIV, diz OMS

O acesso ao tratamento do vírus HIV em países de baixa e média renda continuou crescendo ao longo de 2006, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (17, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mais de duas milhões de pessoas portadoras do vírus HIV ou que já desenvolveram a Aids receberam tratamento no ano passado, um aumento de 54% em relação ao ano anterior — em 2005, 1,3 milhões de pessoas tiveram tratamento adequado.



O informe divulgado pela OMS é resultado da parceria entre o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids e a Unicef, intitulado ''Até o Acesso Universal: Expansão das Intervenções Prioritárias Contra HIV/Aids no Setor da Saúde''.



No comunicado, estão detalhadas as áreas chaves que tornam os esforços feitos para ampliar os serviços insuficientes se o objetivo for atingir a meta estabelecida para 2010. Apenas 11% das mulheres soropositivas estão recebendo o tratamento necessário para evitar que seus filhos sejam atingidos pelo HIV, por exemplo.



Além disso, os programas mundiais de serviços de assessoria sobre a doença ainda não são suficientes. Dos países que se comprometeram a conscientizar grande parcela da população até o fim de 2006, somente 90 cumpriram a ''promessa''.



Contudo, ''os esforços das nações afetadas, dos doadores, das agências das Nações Unidas e das autoridades públicas estão possibilitando um progresso considerável e contínuo ao acesso de serviços aos portadores de HIV'', acredita a médica Margaret Chan, diretora geral da OMS. ''Em muitos aspectos estamos, no entanto, no começo desse compromisso. Necessitamos de programas nacionais de grande alcance, uma mobilização mundial muito maior, assim como uma responsabilidade maior, para termos êxito''.



O informe revela que em países de todas as regiões do mundo acontecem avanços e aumento ao acesso ao tratamento do HIV. Mais de 1,3 milhões de pessoas no sul da África estavam recebendo tratamento em dezembro de 2006, dado que representa uma cobertura de aproximadamente 28% das pessoas que precisam de tratamento, em comparação com somente 2% em 2003.



A cobertura em outras regiões ficou em 6% no norte da África no Oriente Médio, 15% na Europa oriental e Ásia central, e 72% na América Latina e no Caribe.



Em linhas gerais, ainda que os resultados sejam animadores, apenas 28% das 7,1 milhões de pessoas que precisam de tratamento em todos os países de baixa e média renda foram atendidas até dezembro de 2006.


O número de crianças que recebem tratamento aumentou 50% no último ano, embora a situação continue crítica. Até dezembro de 2006, cerca de 115 mil (15%) das 780 mil afetadas foram atendidas.



De acordo com Kevin De Cock, diretor de VIH/Aids da OMS, as crianças com a doença estão cada vez mais sendo vistas como uma prioridade, especialmente as do sul da África. Uma das recentes medidas adotadas pela Unicef e pela Unaids foi o programa, lançado em 2005, ''União Pela Infância, União Pela Juventude, União Para Vencer a Aids''.