Massacre nos EUA: estudantes criticam autoridades

Estudantes, professores e funcionários da Universidade de Tecnologia Virginia (Virginia Tech) questionam nesta terça-feira (17) a atuação das autoridades policiais em relação ao massacre que matou 33 pessoas ontem, no campus principal da universidade.

Todos criticam a polícia e a direção da Universidade, que não tomou medidas após o primeiro ataque, que ocorreu às 7h15 da manhã, no dormitório West Ambler Johnston Residence Hall. Cerca de duas horas depois, o atirador matou outras 30 pessoas no edifício da Engenharia.


 


Outras informações são questionadas também. Não foi divulgada a identidade do atirador, que supostamente teria se suicidado após o massacre. Ainda há dúvidas se outro implicado no ataque teria escapado, já que há informações conflitantes de testemunhas em relação ao tipo físico e roupas do atirador.


 


Na manhã de hoje a polícia divulgou o nome do atirador. Ele chamava-se Cho Seung-hui, era um sul-coreano de 23 anos e cursava inglês no local. Apesar de ainda haver a suspeita de o estudante ter cúmplices, a polícia afirma que os exames de balística mostraram que uma arma portada por Seung-hui foi disparada nos dois locais do massacre.


 


A principal crítica é que as autoridades não tomaram medidas depois do primeiro ataque. As aulas não foram suspensas e a universidade não fez qualquer comunicado sobre o ocorrido no dormitório. Os estudantes só receberam um aviso, via internet, duas horas depois, quase ao mesmo tempo em que ocorria o massacre.


 


Questionado pela mídia se havia negligência no caso, o governador do Estado, Timothy M. Kaine, limitou-se a dizer que uma investigação estava em curso. ''É importante não fazer conclusões prematuras'', disse.


 



Já o reitor da universidade, Charles Steger, desculpa-se dizendo que acreditava que as mortes no dormitório eram uma ''questão particular''.


 


Os serviços de emergência locais registraram o pedido de socorro às 7h15 da manhã, dirigiram-se à Universidade e não localizaram o autor dos tiros. As aulas não foram suspensas e a polícia acreditava que o assassino tivesse escapado.


 


Às 9h26, professores e estudantes receberam um e-mail avisando do crime no dormitório e a informando que uma investigação estava em curso.


 


Cerca de 20 minutos depois a polícia recebeu uma chamada pedindo socorro e informando que ouvia-se tiros na Faculdade de Engenharia Norris Hall, situada no outro lado do campus, a mais de cem metros de distância do dormitório.


 



O assassino tinha trancado as portas para tentar impedir a fuga de estudantes e professores, e alguns deles escapavam pelas janelas, se atirando do segundo andar do edifício. A polícia afirma que, ao chegar ao local dos tiros, o assassino já estava morto.