Iraque: Al-Sadr sai de governo em protesto contra ocupação

O movimento político liderado pelo religioso xiita Moqtada al-Sadr, o Bloco Sader,  anunciou nesta segunda-feira (16) que deixou o governo iraquiano, em protesto pela continuidade da presença americana no país e pelo governo ter fracassado em apresen

O Bloco Sader contava com seis ministérios no governo do premiê Nuri al-Maliki e deixa a administração em protesto contra a continuidade das forças de ocupação anglo-americanas no país, sem que seja eleborado pela administração um calendário de retirada.


 


Em uma coletiva de imprensa dada na manhã de hoje em Bagdá, um porta-voz do movimento assinalou que as principais razões da saída são a negativa de al-Maliki em negociar um calendário para a retirada e o fracasso do governo na tentativa de coimbater a insegurança no país.


 


“Além disso, a incapacidade do primeiro-ministro de dar uma resposta à manifestação de um milhão de pessoas em Najaf (em 9 de abril, quatro anos depois da queda de Bagdá) também é uma razão fundamental para nossa retirada do governo”, acrescentou.


 


Os ministros ''se retirarão imediatamente do governo iraquiano e colocarão os seis postos do gabinete à disposição de al-Maliki, com a esperança que sejam repassados a pessoas independentes que representem a vontade do povo'', disse o porta-voz, Nassar al-Rubaie, ao ler um comunicado em nome de Moqtada al-Sadr. Entretanto, o Bloco Sader manterá sua participação no parlamento do país.


 


A saída do Bloco não incorre em riscos para a governabilidade da atual administração iraquiana, mas aumenta a tensão entre os parlamentares e os grupos em disputa dentro do governo iraquiano.


 


O premiê al-Maliki respondeu afirmando que ''não vê necessidade'' de apresentar um calendário de retirada, já que ''trabalhamos para construir uma força de segurança iraquiana que substitua as forças lideradas pelos EUA quando deixarem o país''.


 


Há uma semana dezenas de milhares de iraquianos responderam um apelo de al-Sadr e se dirigiram à cidade de Najaf, para protestar contra a presença de 140 mil soldados americanos no país.