Brasil suporta juros 2,25% menores, segundo estudo da FGV

Um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que a taxa brasileira poderia, tranqüilamente, estar 2,25% abaixo da atual, de 12,75% ao ano.

Na tarde da próxima quarta-feira (18), quando os diretores do Banco Central (BC) concluírem a terceira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano, a taxa básica de juros poderá atingir o menor nível da história. Mas a marca ainda está longe de ser motivo de comemoração, já que o país continua na liderança dos maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo.



O trabalho mostra que o país reúne condições para respaldar uma taxa nominal na casa de 10,5% ao ano e juro real de 6,5%, sem correr riscos. “Tivemos muitas melhoras nos fundamentos econômicos, mas nossa taxa de juros continua como a de um país de inflação elevada”, diz Márcio Holland, da FGV, um dos autores do estudo, ao lado do economista Edmar Bacha. 



Com base em um painel de 66 países industriais, desenvolvidos e emergentes, os autores do trabalho avaliaram fatores determinantes para as elevadas taxas de juros reais, como o risco sistêmico (riscos de diluição inflacionária, volatilidade inflacionária, de calote da dívida e renda per capita dos países). Outros itens como restrições a depósitos em dólares, controles de capital e qualidade jurisdicional também foram incluídos no estudo, que durou um ano e meio para ser concluído.



Nova queda tímida
De acordo com pesquisa feita pelo BC, divulgada nesta segunda-feira, analistas e economistas consultados estimam que a Selic será reduzida para 12,5% nesta quarta-feira.



Pelos novos cálculos, o juro básico brasileiro estará em 11,25% em dezembro, levemente abaixo dos 11,5% estimados até o levantamento anterior. Para o final de 2008, o cenário traçado é o mesmo: a Selic deve encerrar o próximo ano em 10,5%.