Ministros debatem polêmica de Wolfowitz no Banco Mundial

Ministros do Desenvolvimento do mundo inteiro debatem neste domingo a liderança de Paul Wolfowitz no Banco Mundial, frente a questões sobre a maneira como tratou a promoção de sua namorada, que é funcionária do banco.

Fontes disseram à Reuters que os ministros debaterão o tema durante almoço, em intervalo de um encontro do Comitê de Desenvolvimento, organismo conjunto do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.


 


Wolfowitz sofre críticas pela posição frente à promoção de sua namorada, Shaha Riza, que segundo ativistas antipobreza e funcionários do banco prejudicou a autoridade moral da instituição.


 


O ex-número 2 do Pentágono desculpou-se, afirmando que foi aconselhado pelo painel de ética do Banco Mundial a conceder uma função a Riza fora do banco para evitar conflito de interesses.


 


Seu grupo de apoio na Casa Branca saiu em sua defesa, mas acionistas importantes, como Grã-Bretanha, Alemanha e França, questionam se ele ainda tem credibilidade para liderar o banco, que investe cerca de 25 bilhões de dólares por ano em projetos de luta contra a pobreza em países em desenvolvimento.


 


Ministros africanos manifestaram confiança em Wolfowitz, dizendo que ele ajudou a concentrar a atenção nas suas necessidades.


 


Muitos países membros do Banco Mundial advertiram contra um julgamento de Wolfowitz antes que a direção da instituição avalie o tema. A direção disse que atuará com rapidez.


 


Mas o escândalo inflamou o antagonismo da nomeação de Wolfowitz para o cargo, em meados de 2005, pelo governo dos Estados Unidos e as críticas pela função que cumpriu na invasão do Iraque, quando era vice-secretário de Defesa.


 


Em trechos do discurso que preparou para fazer no comitê de desenvolvimento no domingo, Wolfowitz apelou para os países ricos cumprirem as promessas de ajuda e a manterem os cofres do banco cheios para que possa ajudar países em necessidade.


 


“Estamos na metade do caminho para o objetivo de dobrar a ajuda para a África até 2010, em comparação a 2004”, disse Wolfowitz, ressaltando as áreas onde o banco deveria concentrar sua atenção.


 


Mas seu apelo foi marcado por questões e preocupações dos maiores doadores do banco, que estão iniciando um ano de debates sobre os investimentos no maior organismo de empréstimos do Banco Mundial.


 


Algumas fontes do banco dizem que há perigo de alguns doadores segurarem o financiamento da Associação Internacional de desenvolvimento se o escândalo prejudicar a credibilidade de Wolfowitz como presidente.


 


Fonte: Reuters