Equador: maioria votou a favor de assembléia, diz pesquisa

O “sim” para instalar uma Assembléia Constituinte no Equador vai ganhar com 78,1% frente a 11,5% do “não”, segundo uma pesquisa de boca-de-urna da empresa Cedatos. Para que a convocação da Assembléia Constituinte seja aprovada, o “sim” precisa ganhar p

Os dados foram divulgados por volta das 17 horas (19 horas de Brasília), antes que as mesas eleitorais fossem fechadas. De acordo com a Cedatos os votos nulos chegaram a 7,1% e os brancos a 3,3%.


 


O presidente do Equador, Rafael Correa, reunido com seus colaboradores em um hotel da cidade de Guayaquil, recebeu com otimismo a notícia e a televisão o mostrou no momento em que aplaudia os resultados e abraçava a secretária de Comunicação, Mónica Chuji.


 


O dia de votação transcorreu com normalidade, segundo o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Jorge Acosta, e sem notícias sobre grandes incidentes.


 


Os incidentes mais freqüentes aconteceram por conta do atraso na instalação de muitas mesas de votação em todo o país devido à ausência dos responsáveis pelas juntas eleitorais, que foram substituídos pelos primeiros cidadãos que apareceram para votar.


 


Um total de 9.188.884 equatorianos foram convocados a se pronunciar na consulta estimulada pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, votando em 36.873 juntas eleitorais nas 22 províncias do país.


 


A polícia informou que 1.338 pessoas foram detidas por violar a “lei seca”, que proíbe a venda e consumo de bebidas alcoólicas no período eleitoral.


 


A organização Participação Cidadã, autorizada a vigiar o processo, indicou que foram detectados poucos problemas, em um primeiro relatório sobre as votações após as observações realizadas durante a manhã.


 


Objetivos audaciosos


 


Os objetivos do presidente Rafael Correa com a nova Constituição (a última Constituição é de 1998) são os mais ambiciosos possíveis: ele quer reconstruir, a partir do zero, toda a estrutura institucional, política e econômica do Equador. Se, como as pesquisas indicam, o “sim” for vitorioso na consulta popular, Correa terá sua maior vitória política desde que assumiu o governo em 15 de janeiro.


 


Correa qualificou a consulta de “histórica”, pois sustenta que ela permitirá ao Equador implantar uma mudança profunda das estruturas do Estado e “resgatá-lo” do que chama de “a longa e triste noite neoliberal”. As mudanças pretendidas por Correa prometem revolucionar as estruturas de poder no país, levando-o mais para a esquerda em consonância com as mudanças que estão sendo observadas em vários países da região, sobretudo na Venezuela de Hugo Chávez, com quem Correa mantém estreitos laços de amizade.


 


Os equatorianos que compareceram às urnas responderam “sim” ou “não” à pergunta: “Você aprova que uma Assembléia Constituinte com plenos poderes, de conformidade com o estatuto eleitoral que será substituído, seja convocada e instalada para transformar o marco institucional do Estado e elaborar uma nova Constituição?”.


 


No sábado, o presidente advertiu que mais uma das batalhas de seu projeto será decidida na eleição dos participantes da assembléia para a Constituinte.


 


Se o “sim” ganhar, Correa disse que na escolha dos participantes da assembléia – que acontecerá em aproximadamente mais cinco meses – caberá ao povo “diferenciar entre os hipócritas e as pessoas que a única que querem é o bem comum e uma pátria nova para todos”.


 


“Nós, os integrantes do Governo, somos simples instrumentos do poder cidadão; estamos dando ao povo a oportunidade de levar o país para frente”, afirmou Correa.


 


Da redação,
ciom agências