Com CPI aérea, DEM pode passar de denunciante para denunciado

Faz parte da sabedoria política que CPIs “todo mundo sabe onde começa, mas ninguém sabe onde vai terminar”. A provável futura “CPI do Apagão” já começa a fazer estragos em cima dos seus próprios inspiradores, os Democratas, ex-PFL.

A “IstoÉ” que está nas bancas publica matéria explosiva sobre a Infraero, que pega gente da Infraero e até respinga no governo, mas atinge em cheio um dos notáveis entre os Democratas, o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taneguchi.


 


A empresária Sílvia Pfeiffer, dona da Aeromídia, empresa de publicidade televisiva em aeroportos, denuncia o pagamento de propinas regulares para funcionários da Infraero e a arrecadação ilegal de fundos de campanha para o ex-PFL paranaense.


 


A empresária, segundo matéria assinada pelo repórter Hugo Marques, diz que foi obrigada a aceitar como sócio o ex-secretário de turismo de Curitiba, Carlos Alberto Carvalho, para facilitar a legalização da sua empresa no aeroporto curitibano.


 


A entrada de Carlos Alberto, segundo a empresária, resultou em cancelamentos de multas e facilidade para atuação da empresa no Paraná, mas a obrigou a Aeromídia a servir de laranja para levantar fundos para o prefeito.


 


Silvia disse, segundo a Isto é, que Carlos Aberto usou a Aeromídia para arrecadar R$20 milhões para a campanha da prefeitura do ex-PFL. A denúncia está sendo investigada pela Polícia Federal do Paraná.


 


É possível que a empresária esteja se antecipando a investigações da CPI e, por prevenção, jogando a culpa no seu sócio. Sempre ocorre este tipo de comportamento – “entregar um para livrar outro”- ao longo de CPIs.


 


Mas se a denúncia da empresária tiver mesmo fundamento, a CPI vai fazer alegria da base governista que terá farta munição para iniciar as investigações em cima de nomes ligados ao DEM, partido que sai do cômodo papel de denunciante para denunciado, isto é, passa de estilingue a vidraça.


 


Fonte: Blog do E.T.