Ministro defende participação social na gestão de TVs públicas

Ministro Franklin Martins diz que Brasil deverá seguir sistemas que já existem em outros países, que permitem o ''controle social '' da televisão

Representantes da sociedade civil também vão participar da gestão da rede de TVs públicas que será criada pelo governo federal, afirma o ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social. O modelo ainda está em discussão, segundo ele, mas deverá seguir sistemas que já existem em outros países de ''controle social '' da TV. ''O modelo, na maioria dos países do mundo que têm rede pública, é com um conselho de supervisão, aconselhamento e controle do trabalho da diretoria'', explicou em entrevista exclusiva à Agencia Brasil.


 


 


Nesses países, segundo ele, o conselho é nomeado em geral pelo governo com ''pessoas representativas de diferentes setores da sociedade''. ''Algo que exprima a sociedade dentro desse conselho de modo a ter um controle social sobre a gestão”, afirmou.


 


 


O modelo definitivo de gestão deverá ser desenhado em 30 dias por um grupo de trabalho integrado pelos ministérios da Educação, Cultura e Comunicações, sob a coordenação de Franklin Martins. No mesmo prazo serão definidos os modelos de financiamento e de rede.


 


 


Dentro de 30 dias o grupo de trabalho coordenado pelo ministro de Comunicações deverá apresentar, ao governo federal, os modelos de gestão, de financiamento e de rede pública. Segundo Franklin Martins, depois disso, o governo trabalhará por cerca de 90 dias no projeto de implantação da rede TV Pública. ''O cronograma é visando, no final do ano, termos possibilidade de estar com uma rede pública, nucleada por estas instituições ligadas ao governo federal, em funcionamento”, afirmou. “É um desafio não só do governo federal, mas da sociedade . É preciso que a sociedade diga 'eu quero uma TV Pública que vá além da TV comercial' e ajude a construir isso”.


 


 


Rede a partir de TVEs


 


 


Martins também defende que a TV Pública federal funcione como cabeça de uma rede formada também por emissoras estaduais parceiras, com programação local, de forma a exibir a diversidade cultural do País e formar um novo telespectador. ''Acho que tem que ter um projeto central, mas a rede tem que ter janelas para produção local e produção independente. O Brasil tem que entrar na TV não apenas porque é exibido, mas porque é exibido por quem faz parte daquela realidade'', disse o ministro.


 


 


No financiamento, Franklin não descarta a participação de recursos privados. ''Isso ainda está em discussão, certamente o governo federal e outros governos, estaduais eventualmente, entrarão com recursos orçamentários, mas uma parte destes recursos poderá vir da captação junto à iniciativa privada''.


 


 


Mas descarta a venda de espaço comercial. ''Não será uma coisa desse tipo, mas apoios institucionais de patrocínio de empresas que querem associar sua marca a determinados programas, como existe em diversos lugares do mundo. É apenas uma consolidação de um modelo dessa natureza¿, esclareceu.


 


 


Também está descartada a cobrança de uma taxa da população, como ocorre na Inglaterra com a BBC. ''Acho muito difícil, dentro das condições do Brasil, um País com problemas sociais muito grandes, se partir para um modelo desse tipo que, aliás, só existe na Inglaterra'', avaliou. ''A BBC surgiu dentro de um enorme pacto social no pós-guerra, onde isso foi aceito pela sociedade britânica e, por isso, vigora até hoje'', salientou Martins.


 


 


Da redação,


com agências