Fórum contribui para oferecer soluções criativas contra exclusão digital

No último dia da oitava edição do Fórum Internacional Software Livre FISL, os organizadores consideraram a iniciativa positiva. O coordenador da Associação Software Livre.org, Sady Jacques, que presidiu a mesa de abertura na quinta-feira (12), disse qu

“O evento alcançou todos os resultados. A finalidade é viabilizar relacionamentos e articulações a partir da aproximação das pessoas do Software Livre (SL) em nível local, nacional e internacional. As pessoas puderam se ver mais e melhor. E depois que esse fluxo de relacionamentos se estabelece, você tem os resultados que começam a aparecer”, diz Jacques.


 


Não há como medir, ele explica, o volume de negócios gerados, nem quantos contratos de serviços saem do FISL, “mas temos o depoimento animado de expositores manifestando isso”.


 


Segundo o coordenador, o mais importante é que a comunidade pôde se reunir e isso gera uma organização, uma sintonia. “O encontro nos leva para focos que nos interessam. Essa é a principal virtude, e o resto é conseqüência, subproduto”.


 


Um dos fatores positivos, na avaliação de Jacques, é também o restabelecimento de “um diálogo mais produtivo com o governo do estado do Rio Grande do Sul e com a prefeitura de Porto Alegre. Ambos estiveram mais distantes da nossa discussão.


 


A dimensão e a impressão que o FISL passou foi tão afirmativa e a presença desses patrocinadores privados é tão consistente que esses governos, que também têm necessidades de programas, passam a perceber uma possibilidade”.
Entre os maiores patrocinadores privados do encontro estão empresas como Sun, IBM, UOL e Google.


 


A estimativa é que 6 mil pessoas tenham participado do FISL. “Conseguimos manter o público, o que é importantíssimo e difícil”, avalia. O local de Porto Alegre onde será o encontro de 2008 ainda não foi definido.



Educação digital


 


Na área social, uma das iniciativas que mais chamou atenção no Fórum foi a apresentação do projeto que poderá fazer com que o Brasil tenha computadores para crianças com preço de custo de US$ 50, o que equivale a cerca de R$ 110, se for cumprida a meta do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT, Massachusetts Institute of Technology).
 


O MIT é um dos mais importantes centros de criação tecnológica do mundo e tem o governo federal e diversas instituições brasileiras como parceiros do projeto OLPC (One Laptop Per Child), que no Brasil poderá se chamar UCA (Um Computador por Criança).



David Cavallo, um dos principais pesquisadores do Laboratório do Futuro da Aprendizagem do MIT, onde nasceu a idéia do OLPC, disse que depois da produção em larga escala, o preço cai.



“Depois de quatro anos de produção, a meta é US$ 50. Isso porque não vamos acrescentar coisas novas. Os computadores normais sempre foram caros porque conforme a tecnologia usada fica mais barata, as fábricas inserem novos componentes e novas tecnologias, mantendo o preço sempre caro. Nós não vamos fazer isso”.



Ainda não há uma data para uma versão definitiva do OLPC, mas vários protótipos já estão sendo testados por pesquisadores.



“É preciso facilitar o uso, deixar o sistema mais simples para a criança. Mas rede Mesh está funcionando [uma rede de transmissão de dados e voz, sem fio, que conecta os computadores entre si]. Estamos também trabalhando ainda com o desenvolvimento de um servidor para a escola. Será fabricado no Brasil”, diz Cavallo.



Segundo ele, o modelo que está sendo criado no Brasil para educar crianças com computadores pessoais portáteis deverá ser adotado depois por muitos países pobres que também decidirem pela educação digital infantil.


 


“Houve um Congresso em Boston, e um grupo do Brasil veio visitar nosso trabalho em comunidades carentes. Todos falam que é bom, mas que não adianta como referência, porque os carentes nos EUA não são a mesma coisa que no Brasil. Em Ruanda não vao olhar para o que fazemos em Boston, vão olhar para o Brasil”, diz. Ruanda, na África, é um dos países que pretende implantar o OLPC nas escolas públicas, como o Brasil.



Da redação,
com informaçõe da Agência Brasil