Caderno Conflitos no Campo será lançado no Ceará

No próximo dia 17 de abril, será lançado no Ceará o caderno Conflitos no Campo do Brasil 2006. O Caderno é uma publicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que já faz um levantamento sobre os conflitos no campo desde 1985. O lançamento será na Universid

No lançamento a obra será apresentada pelo professor Manfredo Oliveira da CPT. O livro além de ser uma sistematização dos conflitos no campo também tem como objetivo denunciar a violência gerada pela grande concentração de terra no Brasil.


 


O MST vai participar do lançamento com mais de 70 pessoas de acampamentos e assentamentos localizados próximos a Fortaleza. Além disso, o Movimento também encerrará o ato com apresentação de uma mística.


 


Durante a semana, o MST também irá realizar no estado vários atos, missas, celebrações ecumênicas, apresentações nos assentamentos e seminários. O objetivo é cobrar do governo a agilidade no processo de assentamento das famílias acampadas no estado e a punição aos assassinos dos trabalhadores, além de pressionar o governo Federal para que cumpra seu compromisso histórico de fazer uma verdadeira Reforma Agrária no Brasil.


 


O lançamento será no auditório Castelo Branco, reitoria da UFC, a partir das 17 horas.


 


Histórico


 


Desde sua criação, em 1975, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) se defronta com a grave situação no campo brasileiro, onde os conflitos pela posse da terra geram a violência e a morte de trabalhadores rurais. Em 1985, como forma de denunciar esta realidade, os dados começaram a ser sistematizados e publicados. Desde então, todos os anos, a entidade publica a obra Conflitos no Campo Brasil.


 


Em 2002 a CPT incluiu em sua documentação os conflitos gerados pelo uso da água. Neste mesmo ano, Conflitos no Campo foi reconhecido como publicação científica pelo Instituto Brasileiro de Informação e Ciência e Tecnologia (IBICT). A CPT, com este trabalho, tornou-se a única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária em escala nacional.


 


Neste documento que é publicado anualmente registra-se conflitos relativos as ocupações, acampamentos, superexploração do trabalho, trabalho escravo, assassinatos, conflitos pela água, entre outros.


 


Porém, vale ressaltar que não conseguimos registrar todos os conflitos agrários ocorridos no Brasil, mesmo a CPT estando presente em todo território nacional, existe uma série de fatores que impedem a completa coleta destas informações. Entre os quais estão a falta de condições dos movimentos sociais de acompanharam os conflitos em todo o país; a deficiente cobertura da imprensa com relação aos conflitos e por último o fato de que a violência no campo, de certo modo, tem sido naturalizada enquanto condição “normal” da vida dos trabalhadores.


 


Com informações da CPT