Austrália quer proibir entrada de imigrantes com aids

A Austrália, um dos países com leis de imigração mais restritivas em todo o mundo, poderá recusar asilo ou visto de imigração a portadores de HIV, anunciou nesta sexta-feira (13) o premiê conservador John Howard.

O primeiro-ministro Howard alega estar “preocupado” com o crescimento alarmante das taxas de infecção no país. O chefe do governo confessou as suas idéias a uma rádio de Melbourne, uma das regiões que registra o maior aumento do número de portadores de HIV.


 


O fracasso de política de saúde pública e das escassas campanhas voltadas à prevenção da aids são apontados pela oposição como a verdadeira causa da situação.



Os conservadores alegam que são os imigrantes que trazem o vírus e o espalham pelo país. Apesar de admitir que ainda não tem uma opinião definitiva sobre o assunto, Howard diz que a sua “reação inicial” é a de que deve ser proibida a entrada de portadores de HIV.



Howard sublinha que esta norma não seria muito diferente da que proíbe a concessão de visto a doentes com tuberculose, mas David Puls, responsável pelo centro de apoio jurídico a portadores do HIV do estado de Nova Gales do Sul, lembrou que o vírus não é considerado uma ameaça à saúde pública, tanto mais que, ao contrário do bacilo da tuberculose, não se transmite por via aérea.



Segundo o Ministério da Saúde australiano, o número de novas infecções por HIV subiu 41% entre 2000 e 2005, pondo em causa o fracaso dos escassos programas de combate à doença. O governo anunciou um enorme investimento nas campanhas de prevenção, mas a oposição denuncia que não foi dada continuidade à iniciativa.