Para Paul Singer, software livre combate “privatização do saber”

O secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer, defendeu hoje (12), em Porto Alegre (RS), o uso de programas de computador com código aberto como forma de estimular a democracia, durante a abertura do 8º Fórum Internacional Software Livre (FISL)

“A economia solidária é uma economia que, ao contrário do capitalismo – sistema que valoriza a competição –, preza a igualdade. A igualdade é a mesma base do software livre”, afirmou durante o 8º Fórum Internacional Software Livre (FISL), em Porto Alegre.



Singer explicou que empresas que trabalham dentro do conceito de economia solidária buscam o compartilhamento das informações, fazendo com que não apenas os diretores, mas todos os trabalhadores, sejam capazes de tomar decisões conjuntas.



“Esse compartilhamento de saberes é um compartilhamento de poder. Numa empresa democrática, os dois são compartilhados. O software livre tem esse mesmo princípio, e por isso é importantíssimo para combater a privatização do saber”, disse.



Singer explicou que nas organizações de economia solidária, a informação compartilhada é a base dos empreendimentos, levando a um rodízio de poder dentro da empresa. “Essa prática não é fácil, exige negar o que nos foi ensinado. Mas é uma das melhores formas de combater a tendência mundial de valorizar a competição e o individualismo.”



Como o software livre tem código aberto, o usuário pode conhecer como foi feito o programa – e alterá-lo, se desejar. Essa possibilidade levou à formação de comunidades de discussão e compartilhamento de informação para melhorar programas existentes.



O FISL começou hoje e termina sábado. Reúne os principais profissionais brasileiros e muitos estrangeiros que trabalham no setor de programação com o código aberto.