Corrupção: Wolfowitz favorece namorada e pode sair do Bird

Paul Wolfowitz, presidente do Banco Mundial e ex-número dois do Pentágono, foi acusado esta semana de favorecer sua namorada, Shaha Ali Raza, por ter dado a ela aumentos salariais que fizeram seus rendimentos superarem os da secretária de Estado dos EUA,

O presidente do Banco Mundial (Bird), Paul Wolfowitz, deixou nesta quinta-feira (12) seu futuro nas mãos da direção da instituição financeira, após admitir que concedeu aumentos salariais indevidos à namorada.



Wolfowitz, cujo lema de campanha era ''a luta contra a corrupção'' para ser eleito à presidência bienal do Banco Mundial, se negou a responder às perguntas sobre uma eventual renúncia, mas não descartou esta possibilidade, indicando que a decisão está nas mãos do conselho de administração da instituição.



''A direção está debatendo este assunto agora mesmo'', comentou, negando-se a fazer especulações sobre a decisão que deve ser tomada pelos acionistas que analisarão um relatório que exibe os benefícios dados à sua namorada Shaha Alí Raza, quando ela deixou o Bird alegando evitar conflitos de interesses com Wolfowitz.



Desde que Wolfowitz chegou à presidência do banco, Shaha Alí Riza, uma cidadã americana de origem libanesa, foi transferida para o departamento de Estado e recebeu reajustes salariais de até 61.000 dólares do Bird, o que elevou seu salário a 193.590 dólares anuais, mais do que ganha a secretária de Estado, Condoleezza Rice.



''Não trabalho para o governo americano, estou trabalhando para a instituição e seus 185 acionistas'', tergiversa Wolfowitz, que deixou o Pentágono após a reeleição de Bush em novembro de 2004 e que vem defendendo os interesses de Washington na instituição.



Sua suposta campanha contra a corrupção levantou críticas profundas de países como Reino Unido, um fiel aliado de Washington, e dos países pobres, depois de ter congelado o financiamento de vários programas para governos considerados “corruptos” pelos EUA.