América Latina: FMI revisa para cima previsão de crescimento

A América Latina crescerá 4,9% neste ano, 0,7% a mais que o previsto inicialmente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que insistiu nesta quarta-feira (11) na importância de impulsionar a produtividade na região.

Em seu mais recente relatório semestral, intitulado “Perspectivas Econômicas Mundiais”, o órgão financeiro destaca que o continente avançará a um ritmo inferior ao registrado em 2006, quando o Produto Interno Bruto (PIB) real (ajustado pela inflação) subiu 5,5%.



A desaceleração será bastante generalizada, segundo o FMI, que prevê que afetará todos os países com exceção do Brasil e do Chile, cujas economias terão este ano um comportamento melhor do que no ano passado.



“Os fundamentos econômicos estão, em linhas gerais, bem empregados, já que a maioria dos países continua criando políticas macroeconômicas possíveis. Foram reduzidas ainda as vulnerabilidades em seus balanços”, destacou Simon Johnson, economista-chefe do FMI.



A Argentina será a economia “estrela” do continente, com sólido crescimento de 7,5%. No entanto, não conseguirá os 8,5% e o 9,2% alcançados nos dois anos anteriores, segundo o Fundo.



O fôlego da Venezuela também diminuirá, e o PIB venezuelano subirá 6,2% em 2007, abaixo do 10,3% de 2006, dos 9,4% de 2005 e do 17,9% de 2004. Na lanterna aparece o Equador, com um crescimento previsto para 2007 de 2,7%.



Relação com os EUA
Os países e regiões de vínculos mais estreitos com os Estados Unidos, entre eles México, América Central e Caribe, ou aqueles que são grandes exportadores de petróleo e metais, como Chile, Equador, Peru e Venezuela, serão os mais afetados pelo ambiente internacional.



A contração nos preços do petróleo beneficiará, por outro lado, muitos países da América Central e do Caribe que não exportam matérias-primas. A força dos preços dos grãos jogará a favor do Brasil e da Argentina.



O FMI também elogia os governantes da região por terem fortalecido o marco macroeconômico e reduzido, em conseqüência, vulnerabilidade de seus países. A América Latina apresenta também de melhor saúde fiscal, por ter reduzido e melhorado a estrutura de sua dívida.