MST faz protestos em seis estados por Reforma Agrária

O MST realiza, esta semana, protestos, marchas e ocupações de terra em seis estados – Rio Grande do Sul, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Piauí e São Paulo. As manifestações são feitas em memória aos mortos no Massacre de Eldorado de Carajás e contra a imp

Para resolver a questão agrária, o movimento defende a reforma agrária com geração de empregos e condições de produção de alimentos – problemas dos trabalhadores rurais, além da falta de terra.


 


O MST identifica como primeiro passo para a efetivação do projeto de desenvolvimento para o campo o assentamento de 150 mil famílias que estão acampadas em todo o Brasil desde 2003.


 


Ocupações


 


Em Nova Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), 300 agricultores assentados ocuparam, na manhã nesta terça-feira (10), a Secretaria de Obras do município. Os trabalhadores cobram promessas da prefeitura em relação aos quatro assentamentos existentes no município.


 


A Secretaria de Obras foi desocupada ainda pela manhã. Os agricultores conseguiram fazer com que a prefeitura liberasse as máquinas para a melhoria de estradas no assentamento Santa Rita de Cássia II, o mais recente do município.


 


Após a ocupação, a prefeitura também se comprometeu a disponibilizar transporte escolar e fazer um roteiro para a coleta do lixo no assentamento. As demais comunidades também receberão melhorias nas estradas.


 


Cerca de 300 famílias do MST ocupam a fazenda improdutiva Salgador, no município de Presidente Vargas (MA), para reivindicar vistoria imediata do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desde a tarde de segunda-feira (9). O movimento pede a desapropriação da fazenda, que tem 45 mil hectares (cada hectare equivale a um campo de futebol).


 


Nessa área, mais de 500 famílias de lavradores podem ser assentadas. Depois da ocupação, outras famílias Sem Terra se juntaram ao acampamento, que tem agora 750 famílias. No Maranhão, cerca de 3.000 famílias estão acampadas nas margens de estradas.


 


Em marcha


 


Na Bahia, mais de cinco mil trabalhadores rurais Sem Terra se reuniram na segunda-feira (9) em Feira de Santana, e deram início a uma marcha de 110 quilômetros até Salvador para denunciar a impunidade no campo e pressionar os governos estadual e federal a dar maior agilidade aos processos de Reforma Agrária.


 


De acordo com o integrante da coordenação do MST, Márcio Matos, o movimento também organiza uma pauta de reivindicações, que será entregue ao governador do Estado, Jaques Wagner (PT). “Listamos ações e medidas que consideramos emergências. Falta uma proposta concreta para resolver a situação dos Sem Terra na Bahia”, coloca. A expectativa é chegar na segunda-feira (16), a capital Salvador.


 


Em Pernambuco, o MST ocupou com 400 famílias duas áreas improdutivas no agreste para exigir o assentamento das 12 mil famílias acampadas no Estado, na terça-feira (9). Cerca de 200 famílias ocuparam a Fazenda Murici, de aproximadamente 900 hectares, localizada no município de Bonito. Também foi ocupada a Fazenda Açucena, no município de Jataúba, por 200 famílias.


 


Os movimentos sociais do campo e da cidade ocuparam o palácio do governo do Piauí, em Teresina, para pedir ao governador Wellington Dias (PT) que coloque como prioridade as polícias públicas para o campo e contra o corte de direitos trabalhistas dos servidores públicos, na segunda-feira (9).


 


''Nós queremos debater com o governador Wellington Dias um projeto de desenvolvimento para o campo, com base na agricultura familiar. Vamos pedir também para que a equipe do governo conte com pessoas comprometidas com a reforma agrária. O campo está excluído, a prioridade é o agronegócio”, diz a integrante da direção nacional do MST, Ildener Pereira de Carvalho.


 


Contra agronegócio


 


No Piauí, cerca de 50% da cadeia produtiva está ligada a atividades rurais. Enquanto o campo fica em segundo plano nas políticas do governo do Piauí, o agronegócio avança com a produção de soja (na região do cerrado) e carvão, além de projetos para a implantação de empresas de eucalipto e cana-de-açúcar.


 


Os trabalhadores da cidade reivindicavam a preservação dos direitos trabalhistas e, os quilombolas, maior agilidade nos processos de demarcação de terras.


 


Cerca de 150 famílias do MST permanecem acampadas na área da empresa Suzano Papel e Celulose, no município de Itapetininga, em São Paulo, ocupada na manhã de domingo (8) para denunciar a expansão da monocultura de eucalipto e reivindicar a aceleração do processo de reforma agrária no interior de São Paulo.


 


A criação de assentamentos está parado na região, enquanto as empresas avançam cada vez mais sobre as terras para ampliar a produção de eucalipto e cana-de-açúcar para exportação por meio da monocultura, que desemprega os trabalhadores rurais e destrói o ambiente. O MST tem cerca de 4.000 mil famílias acampadas no estado de São Paulo.


 


Na sexta-feira (13), depois de marcha das famílias pela cidade, acontece audiência pública na Câmara Municipal de Itapetininga, às 14 horas, com a participação de autoridades e parlamentares.


 


Fonte: MST


 


Leia também:


Parlamentares lançam Frente da Terra para fortalecer reforma agrária