Controladores pedem para OAB intermediar negociações

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vai intermediar as negociações entre o governo federal e os controladores de tráfego aéreo na tentativa de ajudar a solucionar a crise no setor.

Em uma reunião nesta terça-feira entre representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo e da ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo), o presidente da OAB nacional, Cezar Britto, aceitou o pedido da categoria para ajudar a restabelecer o canal de negociações com o governo.


 


De acordo com a assessoria de imprensa da OAB, logo após a reunião, Britto entrou em contato com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. O ministro deve marcar uma reunião com o presidente da OAB, de acordo com a entidade.


 


Em nota divulgada após a reunião, o presidente da OAB declarou que “o entendimento preliminar é de que a crise não é militar, mas gerencial. Dentro dela, a questão salarial é apenas um componente, mas não sua essência”.


 


Entre as reivindicações definidas e que serão apresentadas pela OAB, em nome dos controladores, está a criação de um organismo civil –subordinado ao Ministro da Defesa– com gestão própria, que seria a responsável pela gerência das operações aéreas da aviação civil.


 


Os controladores também colocaram entre as reivindicações a reformulação do plano de carreiras –e suas remunerações–; revisão e readequação da formação dos controladores; contratação de mais profissionais; adequação do desenho do espaço aéreo ao crescimento da aviação civil; e a auditoria técnica –independente e imediata– para avaliar os problemas e as necessidades do sistema.


 


Motim


 


O auge da crise no setor aéreo aconteceu no último dia 30 de março, quando 200 controladores de vôo no Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e ganhou a adesão de controladores de outros Estados. As decolagens acabaram paralisadas em todo o país.


 


Por meio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governo comprometeu-se a aceitar as exigências dos amotinados: iniciar a desmilitarização do controle aéreo e evitar punições contra os grevistas.


 


Na quinta-feira (5) a ABCTA , recuou no desafio à cúpula da Aeronáutica e pediu “perdão à sociedade brasileira” pelo motim realizado do último dia 30.


 


“Que o dia 30 de março seja lembrado como 'um grito de socorro dos Controladores de Tráfego Aéreo' e não como uma simples rebelião de militares. Pedimos perdão à sociedade brasileira e paz para voltarmos a executar com maestria nosso trabalho”, afirmou a ABCTA, em nota divulgada no site da entidade na quinta.


 


Fonte: Folha Online