Argentina vê greve nacional em repúdio à morte de professor

As centrais sindicais da Argentina convocaram para esta segunda-feira (9) uma greve nacional, com mobilizações em repúdio ao assassinato do professor Carlos Fuentealba, nas mãos da polícia da província patagônia de Neuquén, onde o governador de direita Jo

Em um ato inédito no país, as centrais sindicais CGT e CTA convocaram juntas uma greve nacional pela morte de Fuentealba, assassinado pela polícia na última quarta-feira, quando participava de uma mobilização que reivindicava aumento salarial.



A CGT convocou uma greve nacional pelo período de uma hora, coincidindo com a manifestação que a CTA fará até os escritórios do governo de Neuquén em Buenos Aires, que estabeleceu o cessar das atividades a partir das 11h locais.



A adesão da CTG à greve nacional irá garantir a paralisação dos transportes públicos. A união das duas centrais sindicais em um plano de luta conjunto é uma fato inédito no país e reflete a indignação surgida após o assassinato de Fuentealba, um professor de química e física de 41 anos e pai de duas filhas.



Saída do governador
A vítima foi morta por um policial que atirou uma granada de gás lacrimogêneo em sua cabeça durante uma manifestação de professores na província de Neuquén, que fica a 1.230 quilômetros ao sul de Buenos Aires e é a principal fornecedor de gás natural no Chile.



Os professores de Neuquén fecharam os principais acessos à cidade desde a morte de seu colega e exigem a saída do governador Sobisch. A oposição política de Neuquén antecipou que pedirá ainda nesta segunda-feira o julgamento político do governador, pedido que tem quase nulas as possibilidades de avançar, já que o Partido Popular Neuquino, de Sobisch, domina a Câmara local.



A maioria das organizações sociais, estudantis, de direitos humanos e sindicais da Argentina irão aderir ao dia de protestos nesta segunda-feira, incluindo as Avós e Mães da Praça de Maio.