400 universitárias realizam o 2º Encontro de Mulheres da UNE

Com debates variados, o 2º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE (EME) abordou a questão do gênero e o papel do movimento estudantil na luta pelo fim da opressão. Cerca de 400 universitárias de 25 estados ficaram reunidas até este sábado (7), no campus P

O evento buscou a mobilização e o fortalecimento da participação feminina no movimento estudantil. A abertura foi na quinta-feira (5), em um debate com o mesmo nome do tema deste EME — “Mulheres em Movimento Mudam o Mundo.” O presidente da UNE, Gustavo Petta, abriu o encontro saudando as estudantes e destacando a importância do movimento de mulheres organizado dentro das universidades.


 


“Reafirmamos a necessidade de a UNE permanecer na luta pela superação das opressões. A nossa própria entidade só teve um presidente negro e três mulheres até hoje”, ressaltou Petta. A luta pelo fim das desigualdades a partir do movimento estudantil também foi levantada pelas debatedoras.


 


Para a vice-presidente da UNE, Louise Caroline, os quatro anos de diretoria feminina na entidade apresenta um aspecto muito positivo: “A luta do movimento feminino estudantil deu maior visibilidade ao machismo presente nas universidades. O grande desafio da próxima gestão é construir núcleos de mulheres em todas as faculdades, para envolver todos os estudantes na luta das estudantes”.


 


Segundo dia


 


Na sexta feira (06), o EME tratou de temas polêmicos relacionados à luta das mulheres e da importância desse debate na construção de novos ideais para a sociedade. A mesa “Universidade: A mulher tem o que dizer” abriu as atividades na parte da manhã, discutindo, entre outros assuntos, a opressão do mercado profissional contra as mulheres.


 


“Hoje as mulheres têm uma média no nível de escolaridade maior do que a dos homens, mas seus salários ainda são inferiores”, enfatizou a estudante Rita de Cássia, uma das cinco debatedoras. Dezenas de estudantes também realizaram intervenções.


 


Para a diretora de comunicação da UNE, Daniele Costa, o diálogo é importante, mas é preciso unificar as lutas das estudantes. “Discurso e oratória não constroem a luta política. O que constrói é a ação destas palavras”. Para a presidente do DCE da UFRJ, Flávia Calé, as mulheres estudantes precisam se pluralizar junto aos movimentos sociais. “A luta deve ser de todos e para todos.”


 


Debates simultâneos


 


Durante a tarde, foram realizados nove debates simultâneos: “Mercantilização do Corpo”, “Sexualidade/GLBTT”, “Aborto”, “Divisão Sexual do Trabalho”, “Feminismo e a Luta Anticapitalista”, “Questão Étnico-Racial”, “Saúde da Mulher”, “Violência Contra a Mulher”, e Políticas Públicas.


 


Os debates serviram para as universitárias trocarem seus pontos de vista e sugerirem ações do movimento estudantil em prol das causas da mulher.


 


A mesa sobre aborto sugeriu a criação de uma campanha da UNE pela legalização dessa atividade, através da construção de atos públicos, debates nas universidades e da criação de uma cartilha explicando a posição da entidade.


 


No debate sobre políticas públicas, a coordenadora Drica Moreira falou, entre outras coisas, sobre a criação da secretaria da mulher pelo governo Lula. “A secretaria faz ligação com outros ministérios para defender as questões de gênero e tirar a temática da mulher do gueto.”