Engenheiro cria império com redes de sexo na internet

Andrew Conru, um engenheiro mecânico que cresceu com pais religiosos no norte do estado de Indiana, nos Estados Unidos, é a prova viva de como a internet pode arrastar as pessoas, mesmo que elas não queriam, para a pornografia. Conru é hoje dono de um imp

Mas seus clientes tendem a se expor muito mais – eles costumam publicar fotos suas nas quais estão fazendo sexo. De todos os sites que lançou – alguns para latinos, pessoas mais velhas, asiáticos e judeus -, de longe o maior é o AdultFriendFinder (AFF), que corresponde a mais de 60% dos lucros da empresa, cujo crescimento foi de 40% nos últimos nove anos.


 


Com mais de 35 milhões de visitantes em 2006 e 75 mil novos usuários por dia, o AFF está entre os 100 sites mais populares dos EUA. Originalmente chamado de FriendFinder, a página foi criada para que os usuários pudessem encontrar parceiros para um jogo de pôquer, por exemplo. “Quando comecei, pensei que poderia ajudar as pessoas, dando mais opções para aquelas não muito sociáveis e que não saem muito”, disse Conru ao site da CNN.


 


Alguns dias depois do lançamento, foram publicadas imagens de usuários sem roupa. Ele apagou as fotos, que foram repostas. “Decidi então criar uma válvula de escape”, ele diz, em relação ao AFF. “Seis meses depois o site adulto era tão grande quanto o original.”


 


Usuários


 


Para uma página que tem mais acessos do que qualquer outro site adulto no mundo, há uma grande falta de imagens pornográficas. Isso porque os 24 milhões de usuários de 195 países (com 116 mil internautas da China) são pessoas reais – não atores e modelos.


 


Muitos deles têm mais 40 anos e são homens, procurando pela pequena porcentagem de mulheres. O site também parece ter mais casais procurando por troca de parceiros do que em qualquer outro lugar: casais são 10% das contas cadastradas, e de segundo Conru, tendem a ser os mais ativos.


 


Sandy Hamilton, ex-técnica veterinária de 42 anos, é tão dedicada à página que não assiste mais a TV. Quando está em casa, está no site, geralmente se exibindo em uma câmera para milhares de membros. “Não estou interessada em um relacionamento agora”, diz. Ela prefere encontrar homens on-line.


 


Conru logo descobriu algo interessante: ele poderia construir uma comunidade através da exclusão, acreditando que as pessoas pagariam mais para ser parte de um pequeno grupo com os mesmos gostos. A maior parte dos usuários do AFF paga US$ 20 por mês – alguns desembolsam até US$ 50.


 


“Quanto mais específico, mais valioso fica. As pessoas pagam por esse filtro”, diz. Ele não estava interessado em cobrar dos usuários de seu site religioso, até que um responsável pela área insistiu. Os registros aumentaram imediatamente. “Na web, não há filtros suficientes para a sinceridade.”


 


Investimento


 


Para expandir o capital de investimento, Conru inventou um programa de afiliação em massa. Qualquer um que pudesse direcionar tráfego para seus sites ganharia uma parcela dos negócios. A empresa hoje tem mais de 500 mil associados, como a companhia Thunder Road, que com os anúncios para o AFF consegue um terço de seu rendimento.


 


Depois do crescimento do AFF, Conru continuou lançando cada vez mais sites. “Você precisa fazer o máximo possível simultaneamente para ver o que dá certo. Especialmente na internet, onde o custo de entrar é muito baixo”.


 


Hoje, ele já não pode mais vender seus negócios e começar do zero. O AFF é grande demais para que qualquer companhia adulta o adquira, e com conteúdo pesado demais para qualquer outra grande empresa. Além disso, será difícil vender um negócio que envolve fotos de pessoas sem roupa na web.


 


Por isso, ele está destinado a uma vida envolvida com a pornografia – mas já está em paz com isto. “Nunca pensei que estaria no mercado adulto. Mas as pessoas aqui são mais divertidas.”


 


Fonte: G1