Por melhor relação com a UE, Cuba recebe chanceler espanhol

O chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, lançou nesta segunda-feira (2) uma nova etapa de “diálogo firme e aberto” com Cuba, com o objetivo de descongelar a relação da ilha com a União Européia (UE), em uma visita acompanhada com muito interesse por

“Hoje, iniciamos uma nova etapa, na qual, por meio do diálogo, um diálogo firme e aberto, expressaremos nossas opiniões nem sempre coincidentes, mas sempre buscando o entendimento e o avançar juntos”, disse Moratinos à imprensa, após o encontro com seu colega Felipe Pérez Roque, na sede da chancelaria.



O chefe da diplomacia espanhola, que se reunirá com o presidente interino Raúl Castro ainda nesta terça-feira (3), afirmou que abordará com as autoridades cubanas “o que deve ser uma relação entre a União Européia e Cuba”.



“É absolutamente impensável que a Espanha não possa manter, defender e desenvolver toda uma política intensa, construtiva, dialogadora com as autoridades cubanas”, disse ele, ao se referir ao fato de que, desde 1998, a ilha não recebia a visita de um ministro espanhol.



Esta também é a primeira visita a Cuba de um chanceler europeu desde a crise deflagrada com a UE em 2003, quando o bloco lhe impôs sanções em represália pela detenção e condenação de 75 dissidentes, 16 deles já libertados por motivos de saúde.



Nova política
O jornal oficial Granma comentou que a visita “expressa o momento positivo atual das relações” e mostra “a via pela qual podem ser conduzidas as relações entre Cuba e UE”, além da “vontade de resolver as diferenças mediante o diálogo, acima da confrontação e dos condicionamentos”.



A presença de Moratinos em Cuba atende a um convite feito por Pérez Roque, que se encontrou com ele em Madri, em 17 de março, e que, ao voltar, avaliou que as relações com o bloco se mantinham “frias” e “paralisadas” por “pressões” de Washington. O resultado desta viagem pode ser importante em junho, quando a UE, presidida pela Alemanha, revisará sua política para Cuba.



A agenda do ministro inclui a perspectiva de uma renegociação da dívida cubana bilateral (cerca de US$ 1,4 bilhão) e de mais negócios, já que a Espanha é o terceiro sócio comercial de Cuba, atrás de Venezuela e China.



O comércio entre estas duas nações hispânicas cresceu 23% de 2005 a 2006, chegando a US$ 932 milhões de dólares.