Centrais discutem greve de advertência contra Emenda 3

As sete centrais sindicais brasileiras se reúnem nesta quarta-feira (4) para decidir os próximos passos da mobilização para garantir a manutenção do veto presidencial à emenda 3 da Super Receita.

Os trabalhadores pretendem fazer uma grande greve de advertência no próximo dia 10. Na plenária desta quarta, que acontece no Sindicato dos Bancários de São Paulo, eles vão definir como será a paralisação, quantos setores e quantas empresas estarão envolvidas no movimento.


 


Participam da plenária a CUT, a CGTB, a CGT, a SDS, a CAT, a Nova Central e a Força Sindical.


 


Precarização


 



Aprovada pela Câmara dos Deputados, a emenda 3 impede o governo de fiscalizar as empresas que contratam funcionários como se fossem pessoas jurídicas – mecanismo usado para burlar o pagamento de direitos trabalhistas e de obrigações previdenciárias.


 


A emenda foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas muitos parlamentares ameaçam derrubar o veto no Congresso, atendendo ao lobbye principalmente de grandes empresas de comunicação, como as Organizações Globo.


 


Na avaliação das centrais sindicais, se o veto for derrubado, os trabalhadores ficam seriamente ameaçados de perder direitos como férias, Fundo de Garantia e 13º salário.


 


Grupo de trabalho


 


Ao mesmo tempo em que planejam a greve de advertência, algumas centrais também dialogam com o governo para tentar  “melhorar” o Projeto de Lei 536, que regulamenta as relações de trabalho entre as grandes empresas e as empresas compostas por um único profissional (personalíssima). Para isso, foi montado nesta terça-feira (3), um grupo de trabalho. A decisão de criar o grupo foi tomada após reunião entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e representantes da Força Sindical, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Social Democracia Sindical (SDS).


 


“Estamos empenhados em encontrar uma solução que proteja os trabalhadores, que não precarize o trabalho e que regulamente a pessoa jurídica”, comentou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical. O grupo pretende chegar a um projeto que garanta os direitos do trabalhador, que preserve a arrecadação de impostos e, ao mesmo tempo, contemple esse novo tipo de contrato entre empresas e profissionais, ainda não regulamentado.


 


Apesar de apenas três centrais terem participado da reunião de hoje, Paulinho afirmou que todas as sete centrais sindicais do país farão parte do grupo, que tem a primeira reunião marcada para a próxima terça-feira (10). Ele informou ainda que outro outro grupo, composto por empresários e governo, também discutirá o assunto.


 


Com agências