Argentina também passará por mudanças no controle aéreo

Em meio a uma crise no transporte aéreo, a Argentina formalizou há 15 dias a transferência do controle do tráfego aéreo das mãos dos militares para as de civis, em órgão ligado à Secretaria Nacional dos Transportes. A mudança, entretanto, ainda não ocorre

Nos últimos dias, os atrasos e cancelamentos de vôos causados pelo apagão aéreo brasileiro se misturaram aos problemas locais e transformaram o aeroporto internacional de Ezeiza, o mais importante da Argentina, em um completo caos.



No Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires, de onde partem vôos nacionais e para o Uruguai, também tem havido atrasos freqüentes. Defeitos nos radares dos aeroportos potencializaram a crise.



Anac argentina
Em setembro de 2006, quando o compromisso de fazer a mudança de comando foi anunciado pelo governo, a expectativa era a de que a demora fosse de até um ano. Em seis meses, porém, o presidente criou a Anac (Administração Nacional de Aviação Civil), que coincidentemente tem a mesma sigla da Agência Nacional de Aviação Civil, do Brasil.



A nova unidade ficou subordinada a Julio De Vido, atual ministro do Planejamento e homem-forte do governo Kirchner. Não há data precisa de quando estará finalizada a transição no controle de vôo.



O governo nega que a mudança fora precipitada pela crise ou pelas denúncias do documentário “Fuerza Aerea Sociedad Anonima”, do cineasta Enrique Piñeyro, que expôs riscos e erros do controle de vôo militar.



Ex-piloto de aviões da empresa Lapa (Líneas Aéreas Privadas Argentinas) e investigador de acidentes aéreos, Piñeyro revelou que alguns controladores nem sequer falavam inglês, língua em que é feita a comunicação com os aviões. Agora, o governo informa que está capacitando os controladores.