Visita de Lula estreita relações com Estados Unidos

''Nós agora estamos estreitando os laços com os Estados Unidos, sobretudo na área de biocombustíveis, que é uma coisa que eu penso que nos próximos 15 ou 20 anos vai mudar um pouco a história da Humanidade, no que diz respeito à questão de combustíveis

O Presidente Lula manifestou esperança no sucesso das relações com os Estados Unidos. ''Eu acho que essa parceria estratégica com os Estados Unidos combina perfeitamente com o grau de desenvolvimento que o Brasil quer ter'', acrescentando que ''também combina com uma nova inserção – mais forte, mais respeitosa -, que o Brasil tem nesse mundo globalizado''.



Segundo ele, a visita a Washington ''é quase uma continuidade'' da visita que o presidente George W. Bush fez ao Brasil no mês passado. ''Eu penso que nós, depois de fazermos uma boa política com a América do Sul, com a América Latina, com a África, com a Ásia e com a União Européia, devemos estreitar relações com os Estados Unidos''.



O Brasil tem tecnologia, tem conhecimento e tem 30 anos de experiência na produção do álcool, como tem também na produção de biodiesel, lembrou o Presidente, para destacar que ''nós, obviamente, precisamos fazer parcerias com países que têm grandes investimentos em pesquisas, como os Estados Unidos''. O Brasil trabalha também com o Japão e com a União Européia.



Lula voltou a afirmar que ''os biocombustíveis podem ser a alavanca do desenvolvimento dos países mais pobres do Planeta, sobretudo nos países da América Central, Caribe e África.



Lula lembrou que já foram feitos acordos importantes nesta área com alguns países da África e da América Central, citando os projetos conjuntos de experiência de etanol em Guiné-Bissau e em São Tomé e Príncipe.



Rodada de Doha



Sobre as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), o Presidente Lua também acredita no êxito a partir das declarações feitas pelo presidente Bush na coletiva à imprensa de que quer fazer o acordo, dentro da Rodada Doha, sobre subsídio agrícola. ''Disse na reunião comigo, pessoalmente, que nesses próximos 30 dias nós deveremos fechar o acordo''.



Para isso, o presidente Lula anunciou vários contatos com outros líderes, como o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, a chanceler alemã, Angela Merkel, com quem conversará por telefone sobre o resultado da conversa que teve com o presidente Bush.



O presidente Lula quer preparar, ''de um lado, a União Européia, do outro lado, os Estados Unidos, e do outro lado, os países do G-20, de que o Brasil faz parte'', destacando que ''se fizermos o acordo na Rodada de Doha, eu penso que nós estaremos dando um avanço extraordinário para que o mundo mais pobre possa ter uma oportunidade no século XXI''.



De Brasília
Márcia Xavier