Economista defende que os EUA são apenas 3ª economia mundial

Klaus Wellershoff, economista-chefe da área de pesquisa do maior banco de investimentos do mundo, o UBS, observa que os Estados Unidos não apenas estão gradualmente perdendo poderio econômico como já estão atrás da Ásia e da Europa.

Os números indicam este ranking: a região asiática – incluindo China, Japão e os Tigres – representa hoje 31% da economia global, a Europa, 28%, enquanto a superpotência posiciona-se com 24%. O economista acrescenta ainda que o FED (Banco Central Americano) deverá reduzir ao longo do ano em 1,5 ponto percentual as taxas de juros, embora as previsões do mercado sejam de menos 0,5 ponto, caindo dos atuais 5,25% para 3,75%.



Klaus, em evento oferecido pelo UBS Pactual, representante brasileira do banco, no Hotel Unique, em São Paulo, na noite da última terça-feira (27/3), relatou a uma platéia de convidados – investidores, banqueiros, médicos e interessados –- sua avaliação geral sobre a economia mundial e os prováveis rumos que deverão ser tomados. Notadamente otimista em relação à Europa, o economista mostrou que os ganhos em termos globais estão crescendo desde 2003, registrando números maiores que os de preços, e que atualmente vive-se o pico desta curva. Prevê ainda que os próximos anos devem apresentar maior estabilidade.



Seu otimismo é compensado quando analisa a economia norte-americana. O crescimento deve baixar tanto em comparação às décadas anteriores quanto às outras potências. Afirma que a bolha imobiliária já explodiu e que, daqui para a frente, se as compras de imóveis por cidadãos estadunidenses persistirem, a renda utilizada recairá inevitavelmente no cálculo do PIB do país. Isto significa que a riqueza produzida será subtraída em um processo de médio e longo prazo.



Klaus Wellershoff iniciou sua fala lembrando que a última vez que duas potências disputaram a hegemonia mundial, o que ocorreu no início do século 20 entre EUA e Inglaterra, substituindo a Alemanha, a humanidade viveu um período de grandes perdas e sofrimento. A emergência da China pode ser um sinalizador de novos conflitos globais, embora acredite que não seja possível afirmar sem erros o que vai acontecer neste país. O crescimento de 10,7% em 2006, segundo ele, deve ser seguido de 9,1% em 2007 e 10,1% em 2008 e a inflação provavelmente apresentará números negativos.