Próximo congresso da UNE terá eleições semi-diretas

Por Carla Santos


Segundo resolução do último Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da UNE, fórum que reúne centros e diretórios acadêmicos (CAs e DAs), o processo de eleição para os delegados ao 50º Congresso da UNE não será mais atrav

Segundo os novos critérios aprovados, as eleições para delegados ao Congresso da UNE serão muito semelhantes às eleições para os diretórios centrais dos estudantes (DCEs). Em cada universidade os estudantes poderão montar chapas com o número de candidatos na proporção de um candidato há cada mil alunos matriculados na instituição. Por exemplo, uma universidade tem 50 mil estudantes matriculados, então a chapa de candidatos ao congresso da UNE deverá ter pelo menos 50 candidatos.


 


A eleição será por cidade, ou seja, uma mesma instituição de ensino superior (IES) que tiver vários campus em várias cidades de um mesmo estado, deverá fazer a eleição de delegados por campus em cada cidade. No caso de IES que tem mais de um campus na mesma cidade deverá haver uma mesma eleição em todos os campus da mesma cidade. Por exemplo, a Universidade de São Paulo (USP), que tem campus em seis cidades diferentes no estado de SP e na capital mais de um campus, deverá ter uma eleição em cada uma das seis cidades onde há pelo menos um campus, assim como na capital terá apenas uma eleição mesmo com vários campus.


 


Também foi aprovado que durante o processo de eleições de delegados deverá de haver urnas em todos os campus, independente de estarem eles em uma mesma cidade ou não. As eleições só poderão ser diretas e por urna, volante ou não.


 


O regimento ao congresso definiu apenas uma exceção a esta regra. Aquelas universidades que possuem diretório central dos estudantes (DCE) poderão definir se farão à eleição ao congresso por cidade ou não. Como muitos DCEs já tem tradição de realizar eleições simultâneas, ou seja gerais – em várias cidades onde há a universidade, se considerou justa a proposta de que a eleição do congresso da UNE mantenha a tradição destes DCEs.       


 


O quorum mínimo para validar uma eleição é de 5%, ou seja, uma universidade com 10 mil estudantes matriculados deverá ter no mínimo 500 estudantes votantes para validar o processo.


 


Apenas os DCEs credenciados ao 55º Coneg da UNE poderão realizar processo de eleição ao congresso na sua universidade. Estudantes que estudam em universidades que não possuem DCE ainda poderão, para participar do congresso da UNE, montar uma comissão de 10 representantes da universidade e solicitar a UNE que acompanhe o processo na sua universidade.


 


O edital assinado pela comissão de 10 estudantes solicitando processo de eleição deverá ser divulgado na universidade e na página da Internet da UNE (www.une.org.br). Se no prazo de 48 horas nenhum estudante se opuser publicamente e por escrito a realização do processo de eleição de delegados na universidade, a comissão de 10 junto a UNE, terá sinal verde para iniciar o processo de eleições na sua universidade.


 


Todo o processo de eleição de delegados para o congresso da UNE será publicado (editais, atas de comissões eleitorais, datas de eleições, chapas, etc) no site da entidade que será uma espécie de “diário oficial do congresso”.


 


O Coneg aprovou que a partir do dia 12 de abril já poderão estar acontecendo eleições diretas nas universidades para o 50º Congresso da UNE. A necessidade de mudar a forma de eleições para o congresso da UNE surgiu a partir da necessidade da entidade tornar seus congressos ainda mais democráticos e menos dispendiosos. O último congresso da UNE reuniu cerca de 15 mil estudantes por sete dias em um mesmo lugar. A dificuldade em arrecadar finanças para a realização do evento e ainda a pouca visibilidade do congresso em algumas universidades levou os estudantes a aprovarem a nova proposta que se configura como um eleição semi-direta à entidade.


 


A Comissão Eleitoral e de Organização do 50º Congresso da UNE também foi aprovada. São 40 lideranças de todas as correntes de opinião que atuam no movimento que compõem a comissão. No caso de ausência de um dos membros em alguma reunião da comissão, outro estudante poderá votar em seu lugar, desde que com procuração oficial.   


 


UJS vence o Coneg


 


O movimento “Eu quero é botar meu bloco na rua”, liderado pela UJS consolidou ampla vitória neste 55º Coneg. Com 208 delegados de 300 credenciados a UJS foi 70% do fórum, se colocando como primeira força com larga vantagem.
Todas as correntes da juventude do PT juntas foram à segunda força. Porém, se considerarmos cada corrente em separado a juventude do PDT é quem se apresenta como segunda força do Coneg.


 


A juventude do PSB, do PCR e do MR8 também participaram do Coneg como forças de destaque. Além destas correntes, outras ainda se credenciaram.
A juventude do PSOL se retirou da atividade em função da não obrigatoriedade da apresentação de estatuto para se credenciar ao 55º Coneg. Para participar do fórum era necessário apresentar a ata de eleição do delegado, a ata de eleição da gestão atual da entidade e o recibo de pagamento de anuidade a UNE. Tosos os conegs da UNE sempre exigirão a mesma documentação. A juventude do PSOL porém, argumenta que o estatuto da entidade é fundamental para o credenciamento.
Embora tenha se retirado do Coneg, o PSOL permanece na UNE e participou ativamente de todos os debates da atividade.


 


Leia também:


Tese da UJS ''Eu quero botar meu bloco na rua''


Íntegra da Carta do Rio de Janeiro


UNE vai endurecer pressão ao governo Lula